Malcolm Le Grice: Figura do Tempo – abertura
A exposição ‹Figura do Tempo› apresenta uma seleção de vinte e duas obras dos anos 1965 a 2008 divididas em cinco screen programmes. 15/06–30/07/2013 Fotos da exposição: Edson Barrus...
«It’s all the same you, you’re queer anyhow!» OS FILMES DE MARK MORRISROE
«It’s all the same you, you’re queer anyhow!» OS FILMES DE MARK MORRISROE O TEMPO DAS IMAGENS #5 Os filmes de Mark Morrisroe Minha vida Infância + Judy Garland Escola + impopularidade Vizinhança prejudicial Mudança traumatizante Puberdade + revista de putaria Sair de casa Prostituição + celebridade Levado um tiro Trauma do lar Libertação pela escola de arte Garçom Maturidade Prostituição provocadora E promiscuidade Amor É tão bom Sucesso França Trabalho na restauração Drogas + depressão Nova Iorque Mais depressão AIDS Alguém se incomodaria se eu me travestisse?[1] O trabalho fotográfico de Mark Morrisroe, exemplar em mais de um aspecto, divide com seus contemporâneos dos anos 80 uma dimensão poética particular, através das marcas coloridas das anotações esboçadas nas margens das fotografias, que lembram os graffiti murais, bem como as palavras pintadas de Jean-Michel Basquiat, Futura 2000, sem chegar em Cy Twombly, se bem que… Essas inscrições desajeitadas afirmam uma subjetividade, assim como elas se colocam ao oposto da imagem civilizada da fotografia. São comentários que me lembram a presença da voz nos diários filmados de Jonas Merkas ou à irrupção da caixa de papelão interrompendo o fluxo de uma sequência, apontando outros universos, outros tempos. Na riqueza dos tratamentos da imagem em Mark Morrisroe, acha-se uma proximidade com a atitude adotada por vários cineastas experimentais, que se opuseram e defenderam uma estética da matéria, trabalhando, triturando os diferentes estratos do suporte argêntico; suporte cujo futuro iminente era pensado como ultrapassado, obsoleto. O recurso a esse “materialismo” se generalizou no início dos anos 80 na Europa e nos Estados Unidos, principalmente em Boston, em torno das figuras de Saul Levine e Carolyne Avery. Essas marcas manifestam uma apropriação suplementar, elas inscrevem-se, sobretudo no campo da fotografia; uma revisão do uso da fotografia que, se distanciando do seu aspecto puramente mecânico, reafirma através de tais rastros uma dimensão artesanal, manual da fotografia, e reivindica por ela mesma, seu aspecto pictorialista[2], fazendo-a cair no campo do desenho. Uma dimensão que se inscreve em conflito, com o tornar-se máquina celebrado por Warhol alguns anos mais cedo. Essa grafia é tão mais pertinente na medida em que ela estratifica o âmbito pessoal das fotografias de Mark Morrisroe, fornecendo outras temporalidades e se abrindo a outros espaços afetivos. Mark Morrisroe desenvolve, como os outros membros da escola de Boston, uma perspectiva autobiográfica em suas fotos como nunca foi feito até então. A fotografia como arte menor (aquela que não tem realmente o estatuto de arte), quer dizer a do nosso cotidiano, torna-se o tema predileto de cada membro da escola de Boston. Não é tanto o entorno de relações que é retratado, mas a...
O TEMPO DAS IMAGENS
Curso de cinema experimental, promovido por b³ através da aprovação do projeto pelo edital do Funcultura, com o apoio da diretoria de memória, educação, cultura e arte da Fundação Joaquim Nabuco, e se constitui de 13 palestras nas quais o cineasta e ensaista yann beauvais desenvolve temas sobre a imagem em movimento. LOCAL: Sala Aloisio Magalhães, na Fundaj – rua Henrique Dias, n° 609 – derby • Recife/PE Horário: 19hs às 22hs 23 de Abril 2013 19h Paul Sharits ou a ampliação do cinema Nasceu em 1943 e morreu em 1993. Paul Sharits é sobretudo conhecido como cineasta. Contudo, a sua prática não se limitou ao campo cinematográfico. A pintura, o desenho, a escultura e as performances têm uma forte presença em seu trabalho, freqüentemente ignorada e no entanto essencial se quisermos compreender a amplitude e singularidade de seu trabalho artístico. Ele foi um dos primeiros cineastas a ampliar o cinema para galeria com instalações e partituras. 07 de Maio 2013 19h Filmes de viagem entre turismo e colonialismo Peter Kubelka, Cécile Fontaine, Lisl Ponger… Do caderno de notas ao filme de viagem, os cineastas se interessam em mostrar os espaços e os lugares que eles descobrem. Os filmes refletem situações das quais os cineastas tiveram uma consciência tardia. A descoberta de lugares e habitantes marcam a fascinação de outro como exótico. 21 de Maio 2013 19h Su Friedrich e a questão da autobiografia Nasceu em 1954 investigou, ao longo dos anos 70, 80 e 90, novas formas de representação, misturando com a autobiografia estruturas formais que ela subverte, isto em busca de uma alternativa aos modelos patriarcais também dominantes no cinema de vanguarda. Com Peggy Ahwesh, Leslie Thorton, Su Friedrich participam da formidável explosão de uma nova geração de cineastas feministas américanas. Com Barbara Hammer, Jane Oxemburg, Pratibha Parmar, ela vai abrir novas possibilidades para afirmar uma estética lésbica. 28 de Maio 2013 19h Mudança do privado do cinema experimental a intenet O cinema experimental documentou a vida de uma pessoa, de um grupo. A irupção do vídeo aumentou esta produção pessoal. Com a democratização do acesso aos intrumentos de filmagem e a multiplicação de canais de televisão (livres, públicas…) para mostrar os trabalhos. A Internet vai ampliar este acréscimo na difusão e ao mesmo tempo refletir a transformação de noções do íntimo e do privado. 11 de Junho 2013 19h Os filmes de Mark Morrisroe Nasceu em 1959, moreu em 1989. Conhecido como um membro da escola de fotografia de Boston com Nam Goldin, Jack Pierson, Mark Morrisroe escolheu a Polaroid como instrumento privilegiado de seu trabalho para criar um tipo de fotografia onde o grafismo...
mudança do privado DO CINEMA EXPERIMENTAL À INTERNET
O cinema experimental documentou a vida de uma pessoa, de um grupo. A erupção do vídeo aumentou esta produção pessoal, com a democratização do acesso aos instrumentos de filmagem e a multiplicação de canais de televisão (livres, públicas…) para mostrar os trabalhos. A Internet vai ampliar este acréscimo na difusão, e ao mesmo tempo refletir a transformação de noções do íntimo e do privado. Da representação de si à devoração ou da intermitência ao fluxo. No cinema experimental, gênero com pouca importância até pouco tempo, a questão da representação de si foi essencial, ela tornou possível o desenvolvimento de novas formas de narrativas que atravessaram os gêneros e muitas vezes comprometeram a linearidade do cinema clássico. O mesmo se aplica com o vídeo, que tornou possível ao mesmo tempo uma extensão e uma reorganização destas questões, através da sua contribuição a uma arqueologia do cotidiano. As questões do tema da temporalidade começaram então a ter um papel predominante, preponderante, nessas transformações e alterações quanto à representação de si. Eu gostaria de indicar alguns momentos nesta transfiguração. Esses momentos não são necessária e historicamente fundadores dessa mutação, eles a indicam, a acompanham, a transformam, pois sempre será possível achar anterioridades. Mas eu não busco estabelecer, fundar, uma origem. Isso não tem muito interesse. É outra coisa que me motiva. Los Angeles anos 40 Maya Deren: Meshes of the Afternoon, Keneth anger Fireworks (1947) Nova Iorque anos 60 e 70 , São Francisco Stan Brakhage: Window Water Baby Moving (1959) Carolee Schneeman: Fuses (1964/67) Jonas Mekas : Lost Lost Lost (1976) e Reminiscence of a Journey to Lithuania Sherry Milner & Ernest Larsen: Disaster (1976) É curiosa a ironia de que estão tão acostumados a assistir filmagem editada, que a filmagem sem edições parece algum tipo truque sujo – pegando as pessoas quando baixam a guarda, espiando-as. O que Sullivan chama de “the pravda of the atter”, na verdade é o contrário. “Quando um grande evento esportivo é interrompido por cinco minutos durante os comerciais de cerveja, você sabe que os ideais originais por trás do evento foram jogados pela janela do sexto andar”, ele diz. “A mídia de agora mais confunde a população, do que os eclarece, por estarmos sendo alimentados de coisas que são manipuladas e estamos sendo manipulados por eles, para sermos bons consumidores.” É por isso que ele deixa a câmera rodando antes, durante e depois do espetáculo. Afinal, a vida não vem com botão “liga-desliga”, seleção de canais ou intervalos – está acontecendo até o fim. Diversos lugares, mais tarde, agora ? Nelson Sullivan: A walk to the Pier, The Last Day (1989)...