Reassemblage (Legendas)
Dec12

Reassemblage (Legendas)

Ressemblage filme de Trinh-Minh-ha 1982 40′ tradução para legendas : txt-texto de cinema Menos de vinte anos foram suficientes… para fazerem dois bilhões de pessoas, se definirem como subdesenvolvidas. Eu não pretendo falar sobre. Apenas falar de perto. Um filme sobre o quê? Um filme sobre Senegal; mas o que no Senegal? A Casamança. Sol e palmeiras. A parte de Senegal… onde instalações turísticas florescem. Em Enampore… Andre Manga diz que seu nome está listado… no livro de informações turísticas. Em cima da entrada da sua casa, há uma placa escrita a mão que diz: “Trezentos e cinqüenta francos”. Um fato antropológico vazio. Em diversas histórias… A mulher é retratada como aquela… que possuía o fogo. Apenas ela sabia como fazer fogo. Ela o guardava em diversos lugares. Na ponta de um graveto que usava para cavoucar o chão, por exemplo. Nas suas unhas nos seus dedos. A realidade é delicada. A minha irrealidade e imaginação… são, de outra forma, entediantes. O hábito de impor um significado… para todo e qualquer símbolo. Ela o guardava em diversos lugares. Na ponta de um graveto que usava para cavoucar o chão, por exemplo. Primeiro cria-se necessidades,depois, auxílio. Sentado sob o telhado de palha… que se estende bem além da parede frontal… de sua recém construída casa, Um voluntário da força de paz acena para alguns aldeões, que param para falar com ele. Enquanto se agacham ao seu lado e começam a falar, ele sorri inexpressivamente, uma par de fones de ouvido sobre suas orelhas… e um Walkman Sony no colo. “Eu ensino as mulheres como plantar vegetais em seus quintais; isso permitirá que tenham uma renda”, ele diz, e hesita antes de concluir: ” Nem sempre sou bem-sucedido, mas é a primeira vez que isso foi introduzido… na aldeia”. É a primeira vez que isso… foi introduzido na aldeia. A mulher é retratada… como aquela que possui o fogo. Apenas ela sabia como fazer fogo. O que podemos esperar da etnologia? A terra do povo Sereer. A terra dos Manding e do povo Peul. Um filme sobre o que? Meus amigos perguntam. Um filme sobre Senegal. Mas o que no Senegal? Eu sinto cada vez menos… a necessidade de me expressar. Será outra coisa que perdi? Outra coisa que perdi? Filmar na África significa… para muitos de nós… imagens coloridas, mulheres com os seios nus, danças exóticas e ritos atemorizantes. O incomum. Primeiro cria-se necessidades,depois, auxílio. Etnólogos manuseiam a câmera… da forma que manuseiam palavras. Recuperado, coletado, preservado. Os Bamun, os Bassari, os Bobo. Como se chama mesmo o seu povo? Um etnólogo pergunta a um colega. Em diversas histórias. Diversificação...

Leia Mais
Reminiscences of a Journey to Lithuania (Legendas)
Dec12

Reminiscences of a Journey to Lithuania (Legendas)

Reminiscences of a Journey to Lithuania, filme de Jonas Mekas 1972 82′ tradução  para legendas : txt-texto de cinema No começo do outono, em 1957 ou 58, REMINISCÊNCIAS DE UMA VIAGEM A LITUÂNIA numa manhã de domingo, fomos para Catskills, PARTE UM para o bosque. Andamos pelas folhas, afastando as folhas com um pau. Andamos e andamos, cada vez mais para dentro. Era bom andar assim e não pensar, não pensar nada sobre os últimos dez anos. E estive me perguntando se eu poderia andar assim e não pensar sobre os anos de guerra, de fome, de Brooklyn. E … quase, e talvez fosse a primeira vez, andando pelo bosque naquele dia de outono, a primeira vez que eu não me senti sozinho na América. Eu senti o chão, a terra as folhas, as árvores, e pessoas. E era como se aos poucos, eu fosse me tornando parte disso. Por um momento eu esqueci da minha casa. Este era o começo da minha nova casa “Mais uma vez escapei das amarras do tempo”. Eu disse. A NOSSA RUA NO BROOKLYN (WILLIAMSBURG) HENRY MILLER CRESCEU AQUI Eu andava pelas ruas do Brooklyn, mas as memórias, os cheiros, os sons que eu lembrava não eram do Brooklyn. UMA REUNIÃO DE REFUGIADOS EM STONY BROOK (1951) Em algum lugar no fim da Atantic Avenue, eles costumavam fazer seus piqueniques, eu costumava assistir, os velhos, e os novos imigrantes. E eles me pareciam tristes animais, beirando a morte num lugar ao qual eles não pertencem, num lugar que eles não reconhecem. Eles estavam lá, na Atlantic Avenue, mas eles estavam completamente em outro lugar. EU, EM 1950, LOGO DEPOIS DE COMPRAR MNHA PRIMEIRA BOLEX Uma parte da filmagem fiz com a minha primeira Bolex. Eu queria fazer um filme contra a guerra. Queria gritar que havia uma guerra, porque eu andava pelas ruas e pensava que ninguém sabia que havia uma guerra. Eu achava que ninguém sabia que haviam casas no mundo nas quais as pessoas não podiam dormir, onde portas estavam sendo arrombadas à noite, PARÊNTEISIS pelas botas dos soldados e da policia, em algum lugar, lá de onde eu vim. Mas nesta cidade ninguém sabia disso. PARÊNTESIS FECHADO Sim, eu lembro de vocês, meus amigos dos Campos de Refugiados, dos miseráveis anos do pós-guerra. Sim, REFUGIADOS NO PÍER 21,NOVA IORQUE (1950) nós somos, nós ainda somos refugiados, mesmo, mesmo hoje, e o mundo está repleto de pessoas como nós. Cada um dos continentes está cheio de refugiados. No momento em que partimos, nós estávamos indo para casa, e ainda estamos indo para casa. Eu ainda estou em minha viagem de volta...

Leia Mais
Programa #2 : Cinema experimental Francês dos anos 20
Dec11

Programa #2 : Cinema experimental Francês dos anos 20

12/12/14.  Programa apresentado no Image Forum, Tokyo em Dezembro 1998 Germaine Dulac : Etude cinématographique sur une arabesque, 1926 Germaine Dulac : Thèmes et variations, 1928 Germaine Dulac : Disque 957 Impressions visuelles 1928 Marcel Duchamp : Anemic Cinema, 1925-26 Fernand Léger & Dudley Murphy: Ballet mécanique, 1924 Henri Chomette : Jeux de reflets et de la vitesse, 1923-25 Henri Chomette : Cinq minutes de cinéma pur, 1925-26   programAções de yann beauvais de 28/11/2014 a 27/02/15 –  às 19h A atividade programadora de yann é tão significante quanto a sua escrita sobre cinema e a sua produção de filmes. « Desde 1978, eu programei Filmes em tudo que é lugar. »(yann beauvais, Scratch Book, 1999), seja no Centre Pompidou, Louvre, American Center, Scratch, Berlin, Taiwan, Recife, mostrar filmes para yann faz parte dessa pratica incansável de difusor do cinema experimental. Ele transforma a necessidade que os cineastas têm de distribuírem e difundirem seus filmes em dar uma chance a todos os filmes. Com ProgramAções de yann beauvais, iniciativa de Bcubico em parceria com o Mamam do Pátio para comemorar os 40 anos de seu cinemAtivismo, damos ênfase nessa faceta « agente do cinema » do artista.  ProgramAções ativa múltiplas vezes o publico com programações variadas durante o período de exposição que acontece simultaneamente nos 2 espaços. Para isso reativamos 6 programas realizados por ele em diferentes partes e instituições pelo mundo, repetindo a programação a cada 15 dias; esta proposta acentua a programação enquanto acontecimento e o programa funcionando como uma partitura/roteiro para a (re)apresentação. um remake....

Leia Mais
The Deadman
Dec09

The Deadman

Cineclube Imagem-pensamento #8 // 10 dezembro The Deadman, 1987, p&b, som, 37′ com: Jennifer Montgomery, Scott Shat, Leslie Singer, Kevin Barrett, Ben Polsky, Raymond Quanta Le Gusta, Diana Torr, Beth Friedman, Griff Kwiat, Kelly. Crew: Dan Goldstein, Griff, Beth Friedman, Antonio Beecroft. Thanks: Peggy Berton, Cathy Cook, Lori Hiris, Stokes Howell, Paul Mann, Rick Pieto. Partially funded by Art Matters Inc. Feito por Peggy Ahwesh em colaboração com Keith Sanborn, The Deadman é baseado em uma história de Georges Bataille, que conta “as aventuras de uma heroína quase nua que coloca em movimento uma orgia escabrosa, antes de voltar para a casa para morrer – uma combinação de elegância, profanação atrevida e esplendor bárbaro. ” Jonathan Rosembaum O filme surgiu a partir do interesse de Ahwesh e Sanborn na obra de Georges Bataille e mais especificamente no texto : Le Mort (O morto) que Sanborn traduziu e publicou (mais tarde, em 1989, nas Ediciones La Cavalera), e no qual o filme é vagamente baseado. As investigações de Bataille sobre o mórbido e o transgressivo se juntam ao interesse de Ahwesh no filme de terror, como os filmes de Georges Romero. Os eventos do filme seguirão mais ou menos aqueles da história. Ahwesh disse que ela foi desenhada para adaptar o texto porque ela gostava “como Bataille não explica as emoções dos personagens”. Peggy Ahwesh, inicia seu trabalho, em Nova York, com o cinema no inicio das 80, com o Super 8 na época do punk, quando as questões do cinema estrutural dominante era questionado pelas práticas artísticas e teóricas feminista. Desde esta época Peggy Ahwesh atravessa todos os gêneros do cinema usando de todos suportes desde pequenos formatos de amadores como Super-8 e o video-8 até a video beta… Ahwesh gosta das praticas híbridas usando o filme de horror, a pornografia, o melodrama como o documentário e as adaptações de livros. Seus trabalhos questionam a sexualidade, o desejo feminino, a linguagem e as representações de arquivos. O humor é importante para a cineasta para quebrar as regras e os gêneros, como são importantes as questões políticas que surgem as vezes como afirmações anarquistas, que mistura nossas expectativas com transgressões de qualquer tipo. (com parodia de filme holywoodiano, manipulação com tinta de filme pornográfico…) Seu trabalho mais recente desenvolveu uma prática que enfatiza as dimensões politicas e sociais, por isto ela trabalha também com as imagens e as aforamentos de hoje, video-game e Internet.     Cineclube Imagem-Pensamento Contemplado pelo 7º Edital do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura 2013-2014, constitui-se de 10 programas, com sessões semanais de 2h30′ Click here to learn more Content goes hereA diversidade de pensamento com...

Leia Mais
Re-act
Dec04

Re-act

por yann beauvais em yb 150213 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife, Novembro 2014 Moro no Brasil, há vários anos, envolvido num projeto em Recife, criado por Edson Barrus e eu, nosso engajamento em áreas distintas da arte deu origem ao B³. Pareceu necessários para nos seguirmos em frente e fazer novas coisas, então em 2011, nós fizemos esta mudança. Ao filmar quadro a quadro de acordo com a marcação que eu fiz, eu podia ouvir alguém tocando um prelúdio de Bach com seu cravo atrás de mim. A tarde estava quente, a grama do terreno em frente à casa estava grande e balançava ao vento. O trabalho era tedioso, meticuloso, enumerando e posicionando a câmera nos ângulos exatos, então filmando um ou dois quadros de acordo com a marcação: uma transcrição e o improviso da fuga e prelúdio de Bach. Para chegar à marcação, em um papel desenhei um padrão em que todos os ângulos da câmera estavam marcados, isto se provou uma referência mais conveniente do que fazer a marcação no próprio tripé. O rolo de filme era preto e branco. Eu havia comprado a câmera 16 mm há apenas algumas semanas no mercado das pulgas e nunca a havia utilizado. O rolo de filme estava vencido. Naquele momento aquela informação não parecia importar. Eu apenas sabia que tinha dois deles. Eu descobri sua importância apenas após o filme ser revelado. Havia certa rotina na filmagem. Tinha que ser filmado diariamente no mesmo horário, idealmente com o clima similar. As tardes eras passadas ao som de música barroca do festival Saintes. (Eu particularmente me recordo da performance de Monteverdi´s Orfeo, em uma tarde de julho). No início do verão, eu passei boa parte das minhas tardes filmando, isto é, até um amante de Royan vir me visitar, o que significou numa busca por lugares para trepar fora de onde nós estávamos hospedados. Isto deu outra dimensão à experiência da filmagem que não pôde ser percebida no filme. Em meados dos anos 70, bem como hoje em dia, havia uma diferença entre aceitar alguém como gay e tendo esta pessoa fazendo sexo com seu parceiro em sua casa. Fazer filme experimental na França nos anos 70 era como uma duplicação daquela experiência pessoal, no sentido que “le cinema militant” e “la nouvelle vague” eram as formas dominantes de se fazer filme, e não permitiam a existência de outras práticas. Para piorar, essas formas excluíam outros tipos de filmagens. Ser marginal significava ser invisível ou pertencente a outro gueto. Ser gay e fazer filmes experimentais compartilhavam respostas comuns de si mesmo em relação à sociedade. Você...

Leia Mais