Beacon / legendas

BEACON   Christoph Girardet & Matthias Müller 2002 cor som, 15′

Por mais que viajemos para o interior, o som da água permanece dentro de nós, chamando-nos de volta.

O navio estava cheio antes de esquerda, e as pessoas reuniram-se no convés ; junto ao corrimão para nos verem pela última vez, para verem o seu lar pela última vez.

Partiram uma hora depois..

O horizonte … Não aponta em nenhuma direção mas leva-nos ao desconhecido. Foge diante de nossos olhos, desaparecendo à medida que o procuramos alcançar.

Tudo em seu lugar, de forma ordenada, todos os navios têm um comandante, assim como todas as paisagens têm o seu projetista.

O horizonte não é uma questão de acaso ; foi calculado , medido e aplicado.

És capaz de ter nascido aqui só que já não te lembras.

Foi tudo arrastado pelas marés.

As crianças reúnem-se aqui quando a maré sobe.

Partiam um boato que diz que os estúdios de Hollywood despejaram as fitas antigas no Oceano Pacífico por ser a forma mais barata de se livram delas.

É  por isto que esperamos ?

Uma imagem do passado,  uma velha história tirada de um arquivo de algas e estrelas silenciosas ?

Num filme, um homem e uma mulher conhecem-se por acaso no « ferry » de Staten Island.

É noite, cerrada e ambos decidiram, não de forma concertada,que tinham chegado ao fim, que não agüentavam mais.

Por breves instantes, no fundo do mar, conseguem realizar as suas fantasias.

À noite, depois de se terem ido embora, os peixes irão reúnem-se na escola para falar dos visitantes, que são feitos de água mas não conseguem viver nela.

Será que esta paisagem … se lembra?

Uma visão aberta, o tipo de varanda que encontramos nos filmes de realizadores italianos.

E  daqueles sítios onde imaginamos coisas a acontecer ; só que quando os vemos pessoalmente, descobrimos que nunca nada acontece.

Somos  experiências em movimento, aprendemos os mesmos gestos ; vezes sem conta, como nos filmes de Busby Berkeley.

Uma enorme fila de coristas..

Os aviões deixam um rasto à sua passagem, uma espécie de escrita…

Um vestígio branco, que lhes lembra de onde vieram, recordações da partida.

Ou somos viajantes nos tempos antigos, ou somos viajantes no nosso quotidiano, correndo desenfreados de uma realidade desaparecida.

Já  não sonhamos com tempestades nem com grandes acontecimentos..

Nós Agora, só sonhamos com lugares.

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Tradução  B³

 

Author: Edson Yann

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