Anthony McCall : Line Describing A Cone 2.0 & Gordon Matta Clark : Conical Intersect

Cineclube Imagem-pensamento #7 // 03 dezembro

 

Anthony McCall : Line Describing A Cone 2.0 , 1973-2010, preto & branco, 30′

Anthony McCall : A forma em Line Describing a Cone é definida por uma membrana de luz que gradualmente traça a superfície exterior da forma cônica. Line Describing a Cone (1973) se origina de uma única linha circular.
… /… eu vejo este trabalho delineando Line Describing a Cone, a tela pequena com suas imagens minúsculas de apenas 10 ou 15 centímetros a partir das lentes do projetor, e o espectador vendo aquela tela com o projetor logo atrás, observando as imagens feitas de luz branca. Na verdade, tudo que eu tinha a fazer para deixar a configuração próxima da configuração de Line Describing a Cone era remover aquela tela minúscula, deixando que o observador olhasse diretamente para o projetor. Miniature in Black and White foi concluído em 1972 e Line Describing a Cone foi feito no verão de 1973.

yb : Em Line Describing a Cone e Long Film for Four Projectors há a presença de um mecanismo (o barulho que acontece na apresentação) que produz a vivacidade da obra no momento exato em que a estamos observando. Você não acha que está perdendo algo com isso em relação aos equipamentos digitais?

Anthony McCall : Quando comecei a produzir esses filmes novamente em 2002, utilizando recursos digitais, esse problema me preocupou. Você tem razão com relação ao som. O som rítmico do carrossel passando ruidosamente os slides, misturado ao som suave do ventilador do equipamento é realmente parte integrante de Miniature in Black and White. Da mesma forma, o chiado mecânico do projetor de 16 mm (ou projetores) cria um tipo de zumbido, uma atmosfera ambiente para a instalação. Isso produz um efeito importante, mascarando as vozes, e cria um tipo de acústica que dá privacidade ao observador. Projetores digitais e computadores são relativamente silenciosos. Mas nos anos 70, fazer filmes sem uma trilha sonora parecia uma representação óbvia; e era justamente por causa da ausência intencional de uma trilha sonora que os sons do equipamento estavam em primeiro plano. Atualmente, imagem e som coexistem dentro do meio digital e não há necessidade no momento de ‘excluir’ um deles. Então, o som para mim voltou a ser uma questão estética.
…/…Estou interessado no que as pessoas descobrem nesses trabalhos. Considero que o sentido de uma obra é algo criado pelo espectador no seu engajamento com esse objeto formal, não o que eu deposito ali para ser descoberto. ‘Flutuando neste meio, no limite da desordem e do processo’ soa como um bom lugar para uma obra de arte! Extrato de uma conversa com Anthony McCall feita em Julho 2011, documento B³/Mamam

 

Gordon Matta Clark : Conical Intersect, 1975,  cores, 18′

Matta Clark foi convidado para criar uma obra para Bienal de Paris em 1975. Esta obra é Conical Intersect. Para fazer este trabalho ele cortou uma forma gigante em dois prédios adjacentes do século XVII, designado pela demolição como parte do programa da reconstrução urbana para clarear o espaço ao redor do Centre Georges Pompidou. Conical Intesect foi filmado por Gordon Matta Clark e Bruno Dewitt com patrocínio da Bienal de Paris. O corte na forma de um cone torcido foi inspirado por Line Describing A Cone.

 

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Cineclube Imagem-Pensamento

Contemplado pelo 7º Edital do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura 2013-2014,constitui-se de 10 programas, com sessões semanais de 2h30′

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A diversidade de pensamento com o cinema. Assim, o texto como imagem, as relações entre imagem e som, encontram-se ao lado de filmes pessoais com uma dimensão autobiográfica. Temas como os da sociedade de consumo contemporânea, da propaganda, da representação da mulher e do neocolonialismo motivam algumas sessões. Enquanto outras, mostram o cinema em situação onde o filme e o vídeo afirmam suas diferenças, através do filme como escultura. A questão do suporte situando o filme e o vídeo em diferente lugares, que vão da sala de cinema até a galeria, será também abordada nas sessões cineclubistas. Os filmes foram legendados em português e serão disponibilizados para os cineastas, e/ou distribuidores.

 

4as-feiras, em Bcúbico, às 19h      .      público estimado:  25 pessoas   .    entrada livre

// Programação Cineclube: Imagem Pensamento //

 

//08 out // Reminicences to a Journey to Lithuania

Jonas Mekas, 1972, 82′ (legendado em português)

 

//15 out // Imitations of Life, Mike Hoolboom, 2003, 21′  +  Nostalgia, Hollis Frampton, 1976, 36′

( filmes legendados em português)

 

// 22 out //  Programa Peter Rose

Secondary Currents, 1982, 17′ (legendado em português) + Metalogue, 1996, 3′ +Odysseus in Ithaca, 2006, 5’20 + Solaristics, 2013, 10′ + Studies in Transfalumination,  2008, 5′

 

// 29 out //  Reassemblage

Trinh Minh-ha, 1982, 40′ (legendado em português)

 

// 05 nov // De la servitude moderne / Da Servidão Moderna

Jean François Brient, 2013, 52′ (legendado em português)

 

//26 nov // Pink Narcissus, James Bidgood, 1971, 65′

 

// 03 dez // Line Describing a Cone, Anthony Mc Call,  1972, 30′ +  Conical Intersect, Gordon Matta Clark, 1975, 18’40

 

// 10 dez // The Deadman

Peggy Ahwesh & Keith Sanborn, 1989, 36′ (legendado em português )

 

// 17 dez // Nikita Kino

Vivian Ostrovsky, 2002, 41′ (legendado em português)

 

//  07 jan 2015  // Curtas de Jonas Mekas

 

Programação de yann beauvais, cineasta e curador de mostras de filmes e vídeos desde 1982, com assessoria do designer de filmes Ж, designer de filmes formado em direção de fotografia e pós-graduado em artes visuais pelo IUNA (Argentina).

– Programação apresentada por yann beauvais

Author: Edson Yann

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