Keith Sanborn: Todos os cavalos do rei e todos os homens do rei:
uma Passagem do Noroeste para o cinema da Internacional Situacionista 20 de Março 2014 ‘Eu não sei o que você quer dizer com “glória.”’ Disse Alice. Humpty Dumpty sorriu com desdém. ‘É claro que você não sabe – até eu te dizer. O que eu quero dizer é: “eis aí um argumento arrasador para você!”’ ‘Mas “glória” não significa “um argumento arrasador”’, objetou Alice. ‘Quando eu uso uma palavra,’ Humpty Dumpty disse em tom desdenhoso, ‘ela significa exatamente o que eu quero que signifique – nem mais nem menos.’ ‘A questão,’disse Alice, ‘ é saber se você consegue fazer com que as palavras signifiquem tantas coisas diferentes.’ ‘A questão é,’ disse Humpty Dumpty, ‘saber quem é que manda – é só isso.’ 1. Se houvesse um caso em que “glória” pudesse significar “um argumento arrasador,” então esse deveria ser a Internacional Situacionista. Suas teorias e atividades estão, como eles próprios sugeriram, na cabeça de todos. Durante a vida da organização, entre 1957 e 1972, a IS despertou hostilidade de quase todos os setores culturais e da vida política. No período após sua autodissolução, tornou-se uma medida global crítica para a segunda metade do século XX e além, inspirando não apenas demissões cada vez mais agressivas, mas hagiografias mal amadurecidas e inevitáveis tentativas de recuperação pelo mundo da arte, mídia, políticos e academia – os mesmos setores que a Internacional Situacionista atacou com tanta veemência. Este choque entre a Internacional Situacionista – em seus ataques estratégicos ao poder hierárquico do Estado e da Mídia – e aqueles no poder – que tentavam adaptar essas mesmas estratégias de oposição a fim de manter seu monopólio do poder – servem para ilustrar o processo histórico e dialético do détournement e da recuperação que está no coração do projeto Situacionista. Compreender – se não decodificar – o significado de “détournement” na teoria e na prática da Internacional Situacionista é a chave para entender sua situação histórica dentro do campo de possibilidades para fazer sentido, fazer história e fazer cinema. 2 ‘Comece pelo começo,’ o Rei disse gravemente, ‘e continue até chegar ao fim: então pare.’ O Rei de Copas para Alice, em Alice no País das Maravilhas Para definir “détournement”, o caminho mais óbvio pareceria ser as “Définitions” criadas pelos próprios Situacionistas para a primeira edição da Internacionale Situationiste em 1958: détournement Empregado como abreviação da fórmula: détournement de elementos estéticos pré-fabricados. Integração de produções atuais ou passadas das artes em uma construção superior do milieu. Nesse sentido não pode haver pintura ou música situacionista, mas apenas um uso situacionista desses meios. Em um sentido mais...
Mesa redonda sobre a Exposição yb150213
Para Jean-Michel Bouhours, curador da exposição yb150213 : 40 anos de Cinemativismo de yann beauvais, “mostrar 40 anos de atividade de yann beauvais – que não trabalhou somente em torno de sua própria criação, mas ainda em direção a outras e outros, que ele apoiou como programador, curador, crítico e historiador – em 80 metros quadrados de superfície de exposição, isso exige evidentemente escolhas drásticas. A obra de yann beauvais não será apresentada aqui em sua totalidade. Longe disso. yann beauvais de A à Z ainda está por ser feita; nos contentaremos com de y a b, penúltimas margens do alfabeto romano, tomado ao inverso. Minha escolha dirigiu-se a apenas três filmes de uma filmografia que conta com várias dezenas de trabalhos. No entanto, estes me parecem poder sintetizar três constantes em sua obra: a linguagem formal posta em obra a partir de R (1976), o ativismo que ele manifestou ao lado de movimentos border line da sociedade, o cinema experimental e a causa das comunidades gay e lésbica, enfim sua relação com o Mundo através não de sua representação – o que Debord apontou como sociedade do espetáculo, mas de seu détournement; a explosão ou a ruina das media em sua função de causar cegueira ou fascínio. ….. Em torno desses três filmes, a boite en valise yb-iana contem sons, documentos, revistas, partituras que darão conta de um itinerário rico, onde o fazer (sua obra) se imbricou totalmente em outras atividades, de historiador, de crítico, de programador, de curador ou ainda de simples militante. Essa boite en valise pode ela mesma ser a caixa de Pandora, dando acesso ao todo. ” Jean-Michel Bouhours sobre yb150213 Dia 25 de novembro ( 3a-feira), 19h Mamam do Pátio Mesa redonda sobre a Exposição yb150213 Jean-Michel Bouhours, curador da exposição Maria do Carmo Nino, pesquisadora e produtora de texto para o catálogo. yann beauvais, Artista e cineasta homenageado Edson Barrus, coordenador geral do projeto. ...
Gambiarra : desobediência tecnológica
Giuliano Obici 28/05/2014 às 19:00 Bê Cubico em Recife Registro: Edson Barrus
Gambiarra e Experimentalismo Sonoro
Giuliano Obici 28/05/2014 às 19:00 Bê Cubico em Recife REgistro: Edson Barrus