Nostalgia (Legendas)
Nostalgia filme de Hollis Frampton 1976 36min tradução para legendas : txt-texto de cinema -Está tudo certo? -Está tudo bem. Estas são lembranças de uma série de fotografias que eu fiz a alguns anos atrás. Se escuta bem? Sim, sim, perfeitamente. Está bom. Esta é a primeira fotografia que fiz com a intenção direta de fazer arte. Comprei uma câmera para mim no Natal de 1958. Um dia no começo de Janeiro de 1959, fotografei alguns desenhos de Carl Andre, com quem eu dividia um apartamento barato na Mulberry Street. Sobrou uma pose do filme, e eu sugeri ao Carl que ele sentasse, ou melhor, se agachasse, para o retrato. Ele insistiu que a fotografia deveria incorporar uma pequena e linda foto que tinha sido dada a ele de presente há um ano ou antes, por uma menina chamada North. Como o metrônomo entrou neste esquema eu não me lembro, mas deve ter sido de propósito. A fotografia reaparece numa foto de Março de 1963, mas não dá tempo de mostrar essa para você agora. Eu me desfiz do metrônomo por fim, depois de aguentar o seu sincopado\por um bom tempo. Carl Andre está doze anos mais velho e mais ativo do que estava naquela época. Eu o encontro menos hoje em dia do que eu gostaria; mas também tem outras pessoas que me importo menos e que vejo mais. Eu desprezei esta fotografia por alguns anos. Mas nunca me levei a destruir um negativo tão incriminador. Fiz esta fotografia em 11 de Março de 1959. O rosto é o meu, ou melhor era o meu. Como você vê, eu estava completamente satisfeito comigo mesmo naquele momento, provavelmente por ter sobrevivido com tamanha maturidade e sabedoria, visto que era meu aniversário de 23 anos. Eu fiz o foco na câmera sentei num banco na frente dela e fiz as exposições apertando uma pêra de borracha com o meu pé direito. Tem mais onze fotos no rolo do filme, todas de comparável grandeza. Algumas delas mostram minhas feições em ânimos mais sensíveis ou arrogantes. Uma foto registra o que hoje me parece um olhar lascivo. Eu mandei esta foto para uma menina muita bonita e sensível na época do equinócio da primavera. Umas férias que guardo com estima. Acho que escrevi uma espécie de texto crítico atrás da foto. Nunca mais soube nada dela. De qualquer forma, a fotografia obviamente chamou minha atenção. Esta fotografia foi feita num estúdio em que trabalhei. Ele era da esposa de um amigo. Atrevo-me a dizer que eles ainda estão casados, mas ele já não é mais meu amigo há mais ou menos...
Reassemblage (Legendas)
Ressemblage filme de Trinh-Minh-ha 1982 40′ tradução para legendas : txt-texto de cinema Menos de vinte anos foram suficientes… para fazerem dois bilhões de pessoas, se definirem como subdesenvolvidas. Eu não pretendo falar sobre. Apenas falar de perto. Um filme sobre o quê? Um filme sobre Senegal; mas o que no Senegal? A Casamança. Sol e palmeiras. A parte de Senegal… onde instalações turísticas florescem. Em Enampore… Andre Manga diz que seu nome está listado… no livro de informações turísticas. Em cima da entrada da sua casa, há uma placa escrita a mão que diz: “Trezentos e cinqüenta francos”. Um fato antropológico vazio. Em diversas histórias… A mulher é retratada como aquela… que possuía o fogo. Apenas ela sabia como fazer fogo. Ela o guardava em diversos lugares. Na ponta de um graveto que usava para cavoucar o chão, por exemplo. Nas suas unhas nos seus dedos. A realidade é delicada. A minha irrealidade e imaginação… são, de outra forma, entediantes. O hábito de impor um significado… para todo e qualquer símbolo. Ela o guardava em diversos lugares. Na ponta de um graveto que usava para cavoucar o chão, por exemplo. Primeiro cria-se necessidades,depois, auxílio. Sentado sob o telhado de palha… que se estende bem além da parede frontal… de sua recém construída casa, Um voluntário da força de paz acena para alguns aldeões, que param para falar com ele. Enquanto se agacham ao seu lado e começam a falar, ele sorri inexpressivamente, uma par de fones de ouvido sobre suas orelhas… e um Walkman Sony no colo. “Eu ensino as mulheres como plantar vegetais em seus quintais; isso permitirá que tenham uma renda”, ele diz, e hesita antes de concluir: ” Nem sempre sou bem-sucedido, mas é a primeira vez que isso foi introduzido… na aldeia”. É a primeira vez que isso… foi introduzido na aldeia. A mulher é retratada… como aquela que possui o fogo. Apenas ela sabia como fazer fogo. O que podemos esperar da etnologia? A terra do povo Sereer. A terra dos Manding e do povo Peul. Um filme sobre o que? Meus amigos perguntam. Um filme sobre Senegal. Mas o que no Senegal? Eu sinto cada vez menos… a necessidade de me expressar. Será outra coisa que perdi? Outra coisa que perdi? Filmar na África significa… para muitos de nós… imagens coloridas, mulheres com os seios nus, danças exóticas e ritos atemorizantes. O incomum. Primeiro cria-se necessidades,depois, auxílio. Etnólogos manuseiam a câmera… da forma que manuseiam palavras. Recuperado, coletado, preservado. Os Bamun, os Bassari, os Bobo. Como se chama mesmo o seu povo? Um etnólogo pergunta a um colega. Em diversas histórias. Diversificação...
Reminiscences of a Journey to Lithuania (Legendas)
Reminiscences of a Journey to Lithuania, filme de Jonas Mekas 1972 82′ tradução para legendas : txt-texto de cinema No começo do outono, em 1957 ou 58, REMINISCÊNCIAS DE UMA VIAGEM A LITUÂNIA numa manhã de domingo, fomos para Catskills, PARTE UM para o bosque. Andamos pelas folhas, afastando as folhas com um pau. Andamos e andamos, cada vez mais para dentro. Era bom andar assim e não pensar, não pensar nada sobre os últimos dez anos. E estive me perguntando se eu poderia andar assim e não pensar sobre os anos de guerra, de fome, de Brooklyn. E … quase, e talvez fosse a primeira vez, andando pelo bosque naquele dia de outono, a primeira vez que eu não me senti sozinho na América. Eu senti o chão, a terra as folhas, as árvores, e pessoas. E era como se aos poucos, eu fosse me tornando parte disso. Por um momento eu esqueci da minha casa. Este era o começo da minha nova casa “Mais uma vez escapei das amarras do tempo”. Eu disse. A NOSSA RUA NO BROOKLYN (WILLIAMSBURG) HENRY MILLER CRESCEU AQUI Eu andava pelas ruas do Brooklyn, mas as memórias, os cheiros, os sons que eu lembrava não eram do Brooklyn. UMA REUNIÃO DE REFUGIADOS EM STONY BROOK (1951) Em algum lugar no fim da Atantic Avenue, eles costumavam fazer seus piqueniques, eu costumava assistir, os velhos, e os novos imigrantes. E eles me pareciam tristes animais, beirando a morte num lugar ao qual eles não pertencem, num lugar que eles não reconhecem. Eles estavam lá, na Atlantic Avenue, mas eles estavam completamente em outro lugar. EU, EM 1950, LOGO DEPOIS DE COMPRAR MNHA PRIMEIRA BOLEX Uma parte da filmagem fiz com a minha primeira Bolex. Eu queria fazer um filme contra a guerra. Queria gritar que havia uma guerra, porque eu andava pelas ruas e pensava que ninguém sabia que havia uma guerra. Eu achava que ninguém sabia que haviam casas no mundo nas quais as pessoas não podiam dormir, onde portas estavam sendo arrombadas à noite, PARÊNTEISIS pelas botas dos soldados e da policia, em algum lugar, lá de onde eu vim. Mas nesta cidade ninguém sabia disso. PARÊNTESIS FECHADO Sim, eu lembro de vocês, meus amigos dos Campos de Refugiados, dos miseráveis anos do pós-guerra. Sim, REFUGIADOS NO PÍER 21,NOVA IORQUE (1950) nós somos, nós ainda somos refugiados, mesmo, mesmo hoje, e o mundo está repleto de pessoas como nós. Cada um dos continentes está cheio de refugiados. No momento em que partimos, nós estávamos indo para casa, e ainda estamos indo para casa. Eu ainda estou em minha viagem de volta...
I love my time : Erwin Wurm / legendas
Gosto do meu tempo Amo o meu tempo Não suporto meu tempo fui chutado Cortei os cabelos Um presente do sol queria ter maconha queria um espaço tranquilo Metanfetamina. Limão. Cristal. E Fenitilamina. Gosto do meu tempo. Porque eu amo o meu tempo. Porque eu não suporto meu tempo. Uma vez que você cai na cocaína Poderás ter febre de algodão Então peercebi que meu desligamento Era: não gosto do meu tempo Simplesmente não gosto do meu tempo Deus, estou com tanta fome. Não suporto meu tempo. Não suporto meu tempo. Me tornei um gângster. Queria LSD. Precisava de um amigo. De um esquadrao da morte. Precisava de um baseado. Porque eu gosto do meu tempo. Colosso. Monstro de metanfetamina. Agente de viagem Chave Jaquetas amarelas Não suporto meu tempo. Não suporto meu tempo. Mas amo meu tempo. Porque não gosto do meu tempo. Não suporto meu tempo. Oi Srta. Emma! Oi burros! Oi chapéus roxos! Oi traficantes ! Oi deprimidos! Oi inútil ! Oi Dr. Fellgood ! Contra a haste. Não gosto do meu tempo. Não gosto do meu tempo. Não o quero. Não gosto do meu tempo. Não suporto meu tempo. Não suporto meu tempo . Vênus Não informador Nada de Tio, não Nada de cachorro Precisamos de ração pra cachorro Nada de Polícia Nada de informador Não calor Não precisamos de calor Eu não preciso de calor Eu não preciso de calor Eu não preciso de calor Não gosto do meu tempo. Não gosto do meu tempo. Não calor Deus, estou com tanta fome Não entre em pânico, garoto branco. Pontue, garoto branco. Crack, cocaína Experimente. Oi Puff. Experimente, Pitt Tome cocaína Tome Ame seu tempo. Ame seu tempo. Ame seu tempo. Não suporto meu tempo. Não suporte meu tempo. porque eu gosto do meu tempo. Porque eu não suporto meu tempo. Por causa da maconha eu estou chapado Por causa de todas as estrelas Tenho vergonha do meu tempo Tenho vergonha do meu tempo Estou envergonhado Eu estou doente. Por causa do meu tempo Eu sou doente. Por causa do meu tempo Eu sou doente. Por causa do meu tempo Eu sou doente. Por causa do meu tempo. Por causa do meu tempo Também Nosso tempo. Seu tempo Meu tempo. O tempo deles Mau tempo O Tempo dela. Bom tempo. Sim para o gin Sim para a garota Sim para o sabor Sim para a heroina Sim para o “brown sugar” Porque amo meu tempo Porque amo meu tempo. Ouço e me preocupo Cago e me sinto vazio Cuspo e me sinto bem e cheiro e eu divido Eu divido e cheiro E divido e eu cheiro 2 Desligado?...
Beacon / legendas
BEACON Christoph Girardet & Matthias Müller 2002 cor som, 15′ Por mais que viajemos para o interior, o som da água permanece dentro de nós, chamando-nos de volta. O navio estava cheio antes de esquerda, e as pessoas reuniram-se no convés ; junto ao corrimão para nos verem pela última vez, para verem o seu lar pela última vez. Partiram uma hora depois.. O horizonte … Não aponta em nenhuma direção mas leva-nos ao desconhecido. Foge diante de nossos olhos, desaparecendo à medida que o procuramos alcançar. Tudo em seu lugar, de forma ordenada, todos os navios têm um comandante, assim como todas as paisagens têm o seu projetista. O horizonte não é uma questão de acaso ; foi calculado , medido e aplicado. És capaz de ter nascido aqui só que já não te lembras. Foi tudo arrastado pelas marés. As crianças reúnem-se aqui quando a maré sobe. Partiam um boato que diz que os estúdios de Hollywood despejaram as fitas antigas no Oceano Pacífico por ser a forma mais barata de se livram delas. É por isto que esperamos ? Uma imagem do passado, uma velha história tirada de um arquivo de algas e estrelas silenciosas ? Num filme, um homem e uma mulher conhecem-se por acaso no « ferry » de Staten Island. É noite, cerrada e ambos decidiram, não de forma concertada,que tinham chegado ao fim, que não agüentavam mais. Por breves instantes, no fundo do mar, conseguem realizar as suas fantasias. À noite, depois de se terem ido embora, os peixes irão reúnem-se na escola para falar dos visitantes, que são feitos de água mas não conseguem viver nela. Será que esta paisagem … se lembra? Uma visão aberta, o tipo de varanda que encontramos nos filmes de realizadores italianos. E daqueles sítios onde imaginamos coisas a acontecer ; só que quando os vemos pessoalmente, descobrimos que nunca nada acontece. Somos experiências em movimento, aprendemos os mesmos gestos ; vezes sem conta, como nos filmes de Busby Berkeley. Uma enorme fila de coristas.. Os aviões deixam um rasto à sua passagem, uma espécie de escrita… Um vestígio branco, que lhes lembra de onde vieram, recordações da partida. Ou somos viajantes nos tempos antigos, ou somos viajantes no nosso quotidiano, correndo desenfreados de uma realidade desaparecida. Já não sonhamos com tempestades nem com grandes acontecimentos.. Nós Agora, só sonhamos com lugares. Tradução B³...
Tribunal Militar e Prisão – Military Court and Prison / legendas
Um filme de Chen Chieh-jen 2007-2008 62’ Não sei enquanto operário Como fui trancafiado aqui. Quando o estado destruiu o meu arquivo, Eu fui esquecido, e não pude envelhecer. Quando o relógio fizer a contagem regressiva para a meia-noite o estado irá declarar o fim da lei marcial. Neste momento, são 11:55 e 50 segundos. Restam menos de 5 minutos, e eu poderei partir. Este lugar irá se transformar em um museu de direitos humanos. Os agressores serão sempre responsáveis por suas histórias. Ou autos, uma vez lacrados, serão desenterrados. A evidência de punição desumana será revelada. Os rostos que foram trancados serão desvendados. As palavras que eram proibidas serão ditas em voz alta. Então, para preencher as exigências da <<economia>>, <<segurança>> e <<ordem>>, o estado criará novas leis e regulamentos, dentro de um âmbito do que é <<constitucional>>. Neste momento, são 11:55 e 50 segundos. Restam menos de 5 minutos, e eu poderei partir. Tribunal Militar Prisão Militar << Museu dos Direitos Humanos: Prestes a Abrir >> << Estudos na Prisão : Regulamentação através do Trabalho >> << Interpretação Constitucional >> << Juiz >> << Veredicto do Tribunal Militar >> << Veredicto >> << Gráfico para a Avaliação do Comportamento do Sentenciado >> << Declaração de Acusações >> 31:30 Qual é exatamente o lugar para onde estou partindo? E para onde posso ir? Vamos ficar eternamente girando em círculos, ou posso realmente me deslocar? De uma fábrica para outra, de uma moradia temporária para outra, de um conjunto de leis para outro… O que podemos mover? Neste momento, são 11:55 e 50 segundos. Restam menos de 5 minutos, poderemos realmente partir ou não? << Lin Tze-wen, membro do sindicato dos operários >> << Luo Shih-jung, ativista social >> << Cheng Pu-jung, entregador de jornais >> << Chen Shao-tang, trabalhador temporário >> << Li Chen-kunang, trabalhador informal >> << Kan Kuan-chih, trabalhador desempregado >> << Ah-Ling, trabalha cuidando de pessoas incapazes >> << Hsiao Chin-tian, entregador de jornais >> << Ah-te, trabalhador desempregado >> << You Yin-cheng, trabalhador temporário >> << Hu Shu-ming, trabalhador temporário >> << Wadan Wuma, trabalhador informal >> << Bi Dao, estudante >> << Pedido de Residência Permanente para Trabalhador Estrangeiro >> << Pedido de Prorrogação / Atraso de Partida >> << Formulário para Imigração de Cônjuge na China Continental >> << Changh Li-pen, estudante de Sociologia >> << Para aqueles amigos que não podem dar um passo à frente devido a restrições legais >> Encomendado pelo Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia Tradução...