yb 150213 en français
yb 150213, traduction du texte publié dans yb 150213 yann beauvais 40 anos de cinemativismo, publication organisée par Edson Barrus pour B³, Recife, Novembre 2014 Alors que le présent nous enjoint de rechercher toujours plus grand – de grands espaces, de grands musées pour des œuvres monumentales, l’esprit de contradiction m’enjoint de trouver satisfaction dans le petit. Small is beautifull, pour reprendre une formule célèbre. La contrainte spatiale produit une forme d’ascèse qui me convient. Finalement, le monumental induit la facilité de ne pas choisir, de ne pas hiérarchiser. On parle de catalogue raisonné mais est-ce bien raisonnable de vouloir être exhaustif ?. Alors Vive le small, le tiny, le piccolito, le pequenito. La boite en valise duchampienne aura été, comme beaucoup de gestes chez Duchamp, une proposition visionnaire et programmatique . Des choix s’imposent à la valise, où il fut réduire jusqu’au strict minimum du voyageur. Ce principe de réduction chimique d’une sauce jusqu’au fond voire jusqu’à « une réduction à glace », est aussi à la base de l’art culinaire, pour faire monter les saveurs. Montrer 40 années de l’activité de yann beauvais qui n’a pas ménagé sa peine tant dans sa propre création qu’en direction de celles et ceux qu’il a soutenu comme programmateur, curateur, critique et historien dans 80 mètres carrés de surfaces d’exposition, demande évidemment des choix drastiques. Toute l’œuvre de yann beauvais n’est évidemment pas présentée ici. Loin s’en faut. Yann Beauvais de A à Z reste à faire ; nous nous contenterons de y à b, pénultièmes bornes de l’alphabet romain pris à rebours. Alors que mon choix s’est porté sur trois films seulement, choisis dans une filmographie qui en compte plusieurs dizaines , ceux-ci me paraissaient pouvoir synthétiser trois constantes de son œuvre : le langage formel mis en œuvre à partir de R (1976), l’activisme qu’il a manifesté auprès de mouvements border line de la société, le cinéma expérimental et la cause des communautés gay et lesbiennes, enfin son rapport au Monde au travers non pas de sa mise en représentation – ce que Debord a pointé comme société du spectacle, mais de son détournement ; le fracas ou la ruine des media dans leur fonction d’aveuglement ou de fascination . Commencer par un R. Je n’ai jamais demandé à yann ce que signifiait cette consonne abréviative. Un R, l’ air de quoi au juste? d’une musique du silence de la salle de projection. Les rythmes de l’image produiront à eux seuls une musique intérieure qui sera vraisemblablement dans l’intimité de chaque spectateur. Un aria de Jean-Sébastien Bach dans lequel le violon semble vous déstabiliser dans votre propre corps. Je cherche sur le site de Light Cone la...
Caminhos de atravesamento – yann beauvais e o cinema experimental-
por Maria do Carmo Nino, yb150213 yann Beauvais 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife, Novembro 2014 Não contemplamos o mundo de fora, como se assistíssemos a um espetáculo na plateia. Os discursos e o Discurso cruzam-se na psique. Acontecemos e fazemos acontecer. Nosso fazer repercute e somos afetados pelo alheio fazer (…)Organizando, organizamo-nos, entretecidos que somos Donaldo Schüler A verdade na arte é a união da coisa com ela mesma, o exterior tornando-se a expressão do interior, a alma revestida de forma humana, o corpo e seus instintos unidos ao espírito. Oscar Wilde É chegado o momento para Yann Beauvais de celebrar quarenta anos de uma trajetória que está enfaticamente desde o seu início, centralmente permeada pela pluralidade do cinema experimental. Considerado por alguns de seus estudiosos, praticantes e defensores, como o verdadeiro cinema, é aquele que guarda o espírito da aventura, da poeticidade e da inquietação estética que deveriam presidir as manifestações em arte. Esta nítida e constante afinidade eletiva do artista francês radicado no Brasil desde 2011, emerge pontualmente e com regularidade através de suas próprias incursões na prática artística com filmes e vídeos, na defesa deste meio de expressão através da sua difusão, assim como do comentário e da análise crítica dos trabalhos de outros artistas, em vários continentes e também pela curadoria e organização de exposições, palestras, eventos em prol da propagação desta opção estética e da sensibilização dirigida à ampliação de um público acostumado em sua maioria a um cinema de cunho mais comercial1. Ao receber o convite para refletir sobre este momento que podemos considerar, com justiça, importante no encaminhamento privilegiado por Yann, não pude me furtar ao fato de que refletir sobre este exercício em todas as suas facetas implicava necessariamente em considera-las não como atividades paralelas individualizadas, mas como uma tessitura complexa nos quais os elementos constituintes interagem entre si influenciando – se em novos elementos. Refletir sobre esta linguagem, sua historicidade, assim como das condições de difusão, recepção, e sobre alguns dos artistas que como ele próprio abraçaram esta forma de expressão, colocando-se como apreciador, leitor e analista de suas obras, revela inclusive bastante – e não poderia se dar de outra forma – sobre questões que se encontram presentes em seu próprio trabalho como cineasta. São estes, portanto, os seus caminhos de atravesamento, e o que constituirá o fio condutor que nos guiará neste passeio. Não seria demais evocar aqui que, como Kristeva nos lembra, a propósito do ato de ler, há desde sempre2 indiscutivelmente, uma postura ativa, uma atitude reativa em relação à leitura, por parte daquele que a efetiva que se traduz como fundamentalmente...
yb 150213
por Jean-Michel Bouhours em yann beauvais 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife Novembro 2014 Enquanto o presente nos leva a buscar sempre algo maior – grandes espaços, grandes museus para obras monumentais, o espírito de contradição me leva a encontrar satisfação no pequeno. Small is beautifull*, para retomar uma célebre fórmula. A constrição espacial produz uma forma de ascese que me convem. Finalmente, o monumental induz à facilidade de não escolher, de não hierarquizar. Falamos de catalogue raisonné, mas é razoável ser exaustivo? Então Viva o small, o tiny, o piccolito, o pequenito. A Boite en valise duchampiana terá sido, como muitos gestos em Duchamp, uma proposição visionária e programática. Escolhas se impõem à valise, onde é preciso que tudo se reduza ao mínimo estrito do viajante. Esse princípio de redução química de um molho até o fundo, ou até uma «réduction à glace», também está na base da arte culinária, para exacerbar os sabores. Mostrar 40 anos de atividade de yann beauvais – que não trabalhou somente em torno de sua própria criação, mas ainda em direção a outras e outros, que ele apoiou como programador, curador, crítico e historiador – em 80 metros quadrados de superfície de exposição, isso exige evidentemente escolhas drásticas. A obra de yann beauvais não será apresentada aqui em sua totalidade. Longe disso. yann beauvais de A à Z ainda está por ser feita; nos contentaremos com de y a b, penúltimas margens do alfabeto romano tomado ao inverso. Minha escolha dirigiu-se a apenas três filmes de uma filmografia que conta com várias dezenas de trabalhos, no entanto, estes me parecem poder sintetizar três constantes em sua obra: a linguagem formal posta em obra a partir de R (1976), o ativismo que ele manifestou ao lado de movimentos border line da société, o cinema experimental e a causa das comunidades gay e lésbica, enfim sua relação com o Mundo através não de sua representação – o que Debord apontou como sociedade do espetáculo, mas de seu détournement; a explosãoou a ruina das media em sua função de causar cegueira ou fascínio. Começar por um R. Jamais perguntei a yann o que significava essa consoante abreviativa. Um R, ar do que, justamente? de uma música do silêncio da sala de projeção. Os ritmos da imagem produzirão por si mesmos uma música interior que estará verdadeiramente na intimidade de cada espectador. Uma aria de Jean-Sébastien Bach na qual a viola parece desestabilizar você em seu próprio corpo. Ao buscar no site do Light Cone a ficha do filme, encontro esse texto, do qual descubro, com surpresa, ser o autor. «A imagem de...
Anthony McCall : Line Describing A Cone 2.0 & Gordon Matta Clark : Conical Intersect
Cineclube Imagem-pensamento #7 // 03 dezembro Anthony McCall : Line Describing A Cone 2.0 , 1973-2010, preto & branco, 30′ Anthony McCall : A forma em Line Describing a Cone é definida por uma membrana de luz que gradualmente traça a superfície exterior da forma cônica. Line Describing a Cone (1973) se origina de uma única linha circular. … /… eu vejo este trabalho delineando Line Describing a Cone, a tela pequena com suas imagens minúsculas de apenas 10 ou 15 centímetros a partir das lentes do projetor, e o espectador vendo aquela tela com o projetor logo atrás, observando as imagens feitas de luz branca. Na verdade, tudo que eu tinha a fazer para deixar a configuração próxima da configuração de Line Describing a Cone era remover aquela tela minúscula, deixando que o observador olhasse diretamente para o projetor. Miniature in Black and White foi concluído em 1972 e Line Describing a Cone foi feito no verão de 1973. yb : Em Line Describing a Cone e Long Film for Four Projectors há a presença de um mecanismo (o barulho que acontece na apresentação) que produz a vivacidade da obra no momento exato em que a estamos observando. Você não acha que está perdendo algo com isso em relação aos equipamentos digitais? Anthony McCall : Quando comecei a produzir esses filmes novamente em 2002, utilizando recursos digitais, esse problema me preocupou. Você tem razão com relação ao som. O som rítmico do carrossel passando ruidosamente os slides, misturado ao som suave do ventilador do equipamento é realmente parte integrante de Miniature in Black and White. Da mesma forma, o chiado mecânico do projetor de 16 mm (ou projetores) cria um tipo de zumbido, uma atmosfera ambiente para a instalação. Isso produz um efeito importante, mascarando as vozes, e cria um tipo de acústica que dá privacidade ao observador. Projetores digitais e computadores são relativamente silenciosos. Mas nos anos 70, fazer filmes sem uma trilha sonora parecia uma representação óbvia; e era justamente por causa da ausência intencional de uma trilha sonora que os sons do equipamento estavam em primeiro plano. Atualmente, imagem e som coexistem dentro do meio digital e não há necessidade no momento de ‘excluir’ um deles. Então, o som para mim voltou a ser uma questão estética. …/…Estou interessado no que as pessoas descobrem nesses trabalhos. Considero que o sentido de uma obra é algo criado pelo espectador no seu engajamento com esse objeto formal, não o que eu deposito ali para ser descoberto. ‘Flutuando neste meio, no limite da desordem e do processo’ soa como um bom lugar para uma obra de arte!...
programAções
de yann beauvais No MAMAM no Pátio uma série de programações serão reapresentadas e comentadas pelo cineasta. de 28/11/2014 a 27/02/15 – às 19h A atividade programadora de yann é tão significante quanto a sua escrita sobre cinema e a sua produção de filmes. « Desde 1978, eu programei Filmes em tudo que é lugar. »(yann beauvais, Scratch Book, 1999), seja no Centre Pompidou, Louvre, American Center, Scratch, Berlin, Taiwan, Recife, mostrar filmes para yann faz parte dessa pratica incansável de difusor do cinema experimental. Ele transforma a necessidade que os cineastas têm de distribuírem e difundirem seus filmes em dar uma chance a todos os filmes. Com ProgramAções de yann beauvais, iniciativa de Bcubico em parceria com o Mamam do Pátio para comemorar os 40 anos de seu cinemAtivismo, damos ênfase nessa faceta « agente do cinema » do artista. ProgramAções ativa múltiplas vezes o publico com programações variadas durante o período de exposição que acontece simultaneamente nos 2 espaços. Para isso reativamos 6 programas realizados por ele em diferentes partes e instituições pelo mundo, repetindo a programação a cada 15 dias; esta proposta acentua a programação enquanto acontecimento e o programa funcionando como uma partitura/roteiro para a (re)apresentação. um remake. A construção de um ambiente no Mamam do Patio para as Apresentações de yann beauvais é uma referência a esta característica do cineasta que desde o inicio de sua prática artística afirma a necessidade de criar lugares e dispositivos para promover o cinema experimental. Ele programa mostras de filmes em diversos países; em 1982, criou em Paris, a cooperativa de distribuição de filmes Light Cone, e, em 2011 fundou no Recife com o artista Edson Barrus o centro cultural Bcubico, marcando um novo início na defesa desta prática. Uma exposição marcando os 40 anos de ativismo propõe mostrar as diferentes facetas do engajamento artistico de yann beauvais através de seus filmes, instalações e ativismo na promoção e defesa do cinema experimental ao longo do tempo. Paralelamente a este compromisso na demonstração e divulgação da produção contemporânea, ele desenvolve um trabalho crítico através da análise de obras e movimentos em relação a esta prática e desta em relação às artes visuais, vídeo e as novas mídias . Esta exposição tem como objetivo destacar a pluralidade de atividades do cineasta privilegiando o acesso no mezanino aos documentos relativos a este engajamento. (E.B) Os programas são : 28/11/14. Experiênçias sonoras e filmes experimentais, Paris, Le Louvre, Du Muet au parlant, Junho 2004 12/12/14. Cinema experimental Francês dos anos 20, Tokyo, Image Forum, Dezembro 1998 09/01/15. Sexo, Paris, Scratch Projection, Janeiro 1997 23/01/15. Filmes Chineses, Berlin Arzenal, Novembro 2004 06/02/15...