programAções # 4 CHINES
Programa apresentado no Kino Arzenal Berlin em 25/11/2004 Song Dong : Burning Mirror 2001 cor som 12′ Yang Fudong : City Light, 2000, cor, som 6′ Zou Zhaobo : Several Moods in One Day, 1999, cor som, 2’26 Zhao Liang : Clean, 1997, cor, som, 3’35 Qui Zhijie : Washroom 1994, cor, som 17′ Zhiao Liand : Wulia Quingnian, 1999, cor, som, 9’38 Song Dong : Broken Mirror, cor, som, 4′ Zang Jiaping : Pa, Pa, Pa, 2002, cor, som 2′ Zoug Xiaohu : Beautiful Clouds, 2001, cor, som, 6′ Qui Zhijie : Form of Memory, 1998, cor, som, 7′ Mamam – Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães r da Aurora, 265, 50060010 Recife...
Keith Sanborn: Todos os cavalos do rei e todos os homens do rei:
uma Passagem do Noroeste para o cinema da Internacional Situacionista 20 de Março 2014 ‘Eu não sei o que você quer dizer com “glória.”’ Disse Alice. Humpty Dumpty sorriu com desdém. ‘É claro que você não sabe – até eu te dizer. O que eu quero dizer é: “eis aí um argumento arrasador para você!”’ ‘Mas “glória” não significa “um argumento arrasador”’, objetou Alice. ‘Quando eu uso uma palavra,’ Humpty Dumpty disse em tom desdenhoso, ‘ela significa exatamente o que eu quero que signifique – nem mais nem menos.’ ‘A questão,’disse Alice, ‘ é saber se você consegue fazer com que as palavras signifiquem tantas coisas diferentes.’ ‘A questão é,’ disse Humpty Dumpty, ‘saber quem é que manda – é só isso.’ 1. Se houvesse um caso em que “glória” pudesse significar “um argumento arrasador,” então esse deveria ser a Internacional Situacionista. Suas teorias e atividades estão, como eles próprios sugeriram, na cabeça de todos. Durante a vida da organização, entre 1957 e 1972, a IS despertou hostilidade de quase todos os setores culturais e da vida política. No período após sua autodissolução, tornou-se uma medida global crítica para a segunda metade do século XX e além, inspirando não apenas demissões cada vez mais agressivas, mas hagiografias mal amadurecidas e inevitáveis tentativas de recuperação pelo mundo da arte, mídia, políticos e academia – os mesmos setores que a Internacional Situacionista atacou com tanta veemência. Este choque entre a Internacional Situacionista – em seus ataques estratégicos ao poder hierárquico do Estado e da Mídia – e aqueles no poder – que tentavam adaptar essas mesmas estratégias de oposição a fim de manter seu monopólio do poder – servem para ilustrar o processo histórico e dialético do détournement e da recuperação que está no coração do projeto Situacionista. Compreender – se não decodificar – o significado de “détournement” na teoria e na prática da Internacional Situacionista é a chave para entender sua situação histórica dentro do campo de possibilidades para fazer sentido, fazer história e fazer cinema. 2 ‘Comece pelo começo,’ o Rei disse gravemente, ‘e continue até chegar ao fim: então pare.’ O Rei de Copas para Alice, em Alice no País das Maravilhas Para definir “détournement”, o caminho mais óbvio pareceria ser as “Définitions” criadas pelos próprios Situacionistas para a primeira edição da Internacionale Situationiste em 1958: détournement Empregado como abreviação da fórmula: détournement de elementos estéticos pré-fabricados. Integração de produções atuais ou passadas das artes em uma construção superior do milieu. Nesse sentido não pode haver pintura ou música situacionista, mas apenas um uso situacionista desses meios. Em um sentido mais...
Nikita Kino
Cineclube Imagem-pensamento #9 // 17 de dezembro Nikita Kino, 2002, 40′, Vivian Ostrovsky legendas em português « Em 1960, minha família morava no Brasil, quando meu pai descobriu que sua irmã e irmão, que ele não tinha visto há 40 anos, ainda estavam vivos em Moscou. Como não podiam deixar a URSS fomos visitá-los regularmente por cerca de 15 anos. Na época, eu tinha uma câmera 8 mm, em seguida, uma câmera super-8 com que eu filmei a família, os nossos passeios, os piqueniques, os mercados e as suas casas … Eu decidi usar este material, que não foi muito interessante por si só, misturando-o com filmes de found-footage soviéticos do mesmo período (1960, 1970, 1980). Eu usei filmes, de propaganda, cinejornais, etc. O resultado é uma espécie de mistura da era de Kruschev com uma colagem de música soviética e uma voz-over de minhas reminiscências da era da Guerra Fria. » Vivian Ostrovsky Em Nikita Kino (2002), Vivian mesclou cenas de sua família russa com imagens de arquivo do cotidiano e da propaganda soviética, obtendo um blend quase indiscernível de memórias individuais e coletivas. Vivian Ostrovsky : Artista americana (1945, Nova Iorque), com formação no Brasil e em Paris, nas áreas do cinema e da psicologia. Tem uma longa carreira como cineasta, utilizando formatos analógicos (sobretudo o Super-8) e digitais. Além de realizadora, Vivian já foi distribuidora de filmes de mulheres e hoje atua como programadora do Festival de Cinema de Jerusalém. A família Ostrovsky, por sinal, é uma das mantenedoras da Cinemateca de Jerusalém. Cineclube Imagem-Pensamento Contemplado pelo 7º Edital do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura 2013-2014, constitui-se de 10 programas, com sessões semanais de 2h30′ Click here to learn more A diversidade de pensamento com o cinema. Assim, o texto como imagem, as relações entre imagem e som, encontram-se ao lado de filmes pessoais com uma dimensão autobiográfica. Temas como os da sociedade de consumo contemporânea, da propaganda, da representação da mulher e do neocolonialismo motivam algumas sessões. Enquanto outras, mostram o cinema em situação onde o filme e o vídeo afirmam suas diferenças, através do filme como escultura. A questão do suporte situando o filme e o vídeo em diferente lugares, que vão da sala de cinema até a galeria, será também abordada nas sessões cineclubistas. Os filmes foram legendados em português e serão disponibilizados para os cineastas, e/ou distribuidores. 4as-feiras, em Bcúbico, às 19h . público estimado: 25 pessoas . entrada livre // Programação Cineclube: Imagem Pensamento // //08 out // Reminicences to a Journey to Lithuania Jonas Mekas, 1972, 82′ (legendado...
The Deadman
Cineclube Imagem-pensamento #8 // 10 dezembro The Deadman, 1987, p&b, som, 37′ com: Jennifer Montgomery, Scott Shat, Leslie Singer, Kevin Barrett, Ben Polsky, Raymond Quanta Le Gusta, Diana Torr, Beth Friedman, Griff Kwiat, Kelly. Crew: Dan Goldstein, Griff, Beth Friedman, Antonio Beecroft. Thanks: Peggy Berton, Cathy Cook, Lori Hiris, Stokes Howell, Paul Mann, Rick Pieto. Partially funded by Art Matters Inc. Feito por Peggy Ahwesh em colaboração com Keith Sanborn, The Deadman é baseado em uma história de Georges Bataille, que conta “as aventuras de uma heroína quase nua que coloca em movimento uma orgia escabrosa, antes de voltar para a casa para morrer – uma combinação de elegância, profanação atrevida e esplendor bárbaro. ” Jonathan Rosembaum O filme surgiu a partir do interesse de Ahwesh e Sanborn na obra de Georges Bataille e mais especificamente no texto : Le Mort (O morto) que Sanborn traduziu e publicou (mais tarde, em 1989, nas Ediciones La Cavalera), e no qual o filme é vagamente baseado. As investigações de Bataille sobre o mórbido e o transgressivo se juntam ao interesse de Ahwesh no filme de terror, como os filmes de Georges Romero. Os eventos do filme seguirão mais ou menos aqueles da história. Ahwesh disse que ela foi desenhada para adaptar o texto porque ela gostava “como Bataille não explica as emoções dos personagens”. Peggy Ahwesh, inicia seu trabalho, em Nova York, com o cinema no inicio das 80, com o Super 8 na época do punk, quando as questões do cinema estrutural dominante era questionado pelas práticas artísticas e teóricas feminista. Desde esta época Peggy Ahwesh atravessa todos os gêneros do cinema usando de todos suportes desde pequenos formatos de amadores como Super-8 e o video-8 até a video beta… Ahwesh gosta das praticas híbridas usando o filme de horror, a pornografia, o melodrama como o documentário e as adaptações de livros. Seus trabalhos questionam a sexualidade, o desejo feminino, a linguagem e as representações de arquivos. O humor é importante para a cineasta para quebrar as regras e os gêneros, como são importantes as questões políticas que surgem as vezes como afirmações anarquistas, que mistura nossas expectativas com transgressões de qualquer tipo. (com parodia de filme holywoodiano, manipulação com tinta de filme pornográfico…) Seu trabalho mais recente desenvolveu uma prática que enfatiza as dimensões politicas e sociais, por isto ela trabalha também com as imagens e as aforamentos de hoje, video-game e Internet. Cineclube Imagem-Pensamento Contemplado pelo 7º Edital do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura 2013-2014, constitui-se de 10 programas, com sessões semanais de 2h30′ Click here to learn more Content goes hereA diversidade de pensamento com...
Re-act
por yann beauvais em yb 150213 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife, Novembro 2014 Moro no Brasil, há vários anos, envolvido num projeto em Recife, criado por Edson Barrus e eu, nosso engajamento em áreas distintas da arte deu origem ao B³. Pareceu necessários para nos seguirmos em frente e fazer novas coisas, então em 2011, nós fizemos esta mudança. Ao filmar quadro a quadro de acordo com a marcação que eu fiz, eu podia ouvir alguém tocando um prelúdio de Bach com seu cravo atrás de mim. A tarde estava quente, a grama do terreno em frente à casa estava grande e balançava ao vento. O trabalho era tedioso, meticuloso, enumerando e posicionando a câmera nos ângulos exatos, então filmando um ou dois quadros de acordo com a marcação: uma transcrição e o improviso da fuga e prelúdio de Bach. Para chegar à marcação, em um papel desenhei um padrão em que todos os ângulos da câmera estavam marcados, isto se provou uma referência mais conveniente do que fazer a marcação no próprio tripé. O rolo de filme era preto e branco. Eu havia comprado a câmera 16 mm há apenas algumas semanas no mercado das pulgas e nunca a havia utilizado. O rolo de filme estava vencido. Naquele momento aquela informação não parecia importar. Eu apenas sabia que tinha dois deles. Eu descobri sua importância apenas após o filme ser revelado. Havia certa rotina na filmagem. Tinha que ser filmado diariamente no mesmo horário, idealmente com o clima similar. As tardes eras passadas ao som de música barroca do festival Saintes. (Eu particularmente me recordo da performance de Monteverdi´s Orfeo, em uma tarde de julho). No início do verão, eu passei boa parte das minhas tardes filmando, isto é, até um amante de Royan vir me visitar, o que significou numa busca por lugares para trepar fora de onde nós estávamos hospedados. Isto deu outra dimensão à experiência da filmagem que não pôde ser percebida no filme. Em meados dos anos 70, bem como hoje em dia, havia uma diferença entre aceitar alguém como gay e tendo esta pessoa fazendo sexo com seu parceiro em sua casa. Fazer filme experimental na França nos anos 70 era como uma duplicação daquela experiência pessoal, no sentido que “le cinema militant” e “la nouvelle vague” eram as formas dominantes de se fazer filme, e não permitiam a existência de outras práticas. Para piorar, essas formas excluíam outros tipos de filmagens. Ser marginal significava ser invisível ou pertencente a outro gueto. Ser gay e fazer filmes experimentais compartilhavam respostas comuns de si mesmo em relação à sociedade. Você...