Preview do livro Bcubico
preview en pdf du livre Bcubico Preview do livro com o link a cima “O livro é um eco manifesto da dinâmica do espaço, como um campo de experiência, mas também um lugar de excelência em apresentações através de textos, depoimentos, histórias e fotos”, aponta Barrus. O lançamento será anunciado até dezembro. Enquanto o material segue em produção, a equipe prepara o pré-lançamento, em formato de live, que integra o programa do VII Festival Dobra — Festival Internacional de Cinema Experimental: é no dia 22 de setembro (quarta-feira), às 16h, com livre acesso pelo YouTube e Facebook do MAM Rio — Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Preview do livro com o link a cima This book is a manifest echo of the dynamics of space as a field of experience, but also a place of excellence in presentations through texts, testimonials, stories, and photos,” as Barrus points out. The release will be announced by December. While the material is still under production, the team is preparing the pre-release, in live format, which is part of the program of the VII Dobra Festival – International Experimental Film Festival: it will take place on September 22nd (Wednesday), at 4pm, with free access through YouTube and Facebook of MAM Rio – Modern Art Museum of Rio de Janeiro Within the above link one can have access to a book preview Ce livre est un écho manifeste de la dynamique de l’espace Bcubico, en tant que champ d’expérience, mais aussi un lieu d’excellence dans les présentations à travers des textes, des témoignages, des histoires et des photos”, souligne Barrus. Le lancement sera annoncé d’ici décembre. Alors que le matériel est encore en cours de finalisation, l’équipe prépare la pré-version, en format live, qui fait partie du programme du VIIe Festival Dobra – Festival international du film expérimental : elle aura lieu le 22 septembre (mercredi), à 16 heures, avec un accès gratuit via YouTube et Facebook du MAM Rio – Musée d’art moderne de Rio de Janeiro. Vous pouvez au moyen du lien mentionné ci dessus voir un preview du livre....
Keith Sanborn: Todos os cavalos do rei e todos os homens do rei:
uma Passagem do Noroeste para o cinema da Internacional Situacionista 20 de Março 2014 ‘Eu não sei o que você quer dizer com “glória.”’ Disse Alice. Humpty Dumpty sorriu com desdém. ‘É claro que você não sabe – até eu te dizer. O que eu quero dizer é: “eis aí um argumento arrasador para você!”’ ‘Mas “glória” não significa “um argumento arrasador”’, objetou Alice. ‘Quando eu uso uma palavra,’ Humpty Dumpty disse em tom desdenhoso, ‘ela significa exatamente o que eu quero que signifique – nem mais nem menos.’ ‘A questão,’disse Alice, ‘ é saber se você consegue fazer com que as palavras signifiquem tantas coisas diferentes.’ ‘A questão é,’ disse Humpty Dumpty, ‘saber quem é que manda – é só isso.’ 1. Se houvesse um caso em que “glória” pudesse significar “um argumento arrasador,” então esse deveria ser a Internacional Situacionista. Suas teorias e atividades estão, como eles próprios sugeriram, na cabeça de todos. Durante a vida da organização, entre 1957 e 1972, a IS despertou hostilidade de quase todos os setores culturais e da vida política. No período após sua autodissolução, tornou-se uma medida global crítica para a segunda metade do século XX e além, inspirando não apenas demissões cada vez mais agressivas, mas hagiografias mal amadurecidas e inevitáveis tentativas de recuperação pelo mundo da arte, mídia, políticos e academia – os mesmos setores que a Internacional Situacionista atacou com tanta veemência. Este choque entre a Internacional Situacionista – em seus ataques estratégicos ao poder hierárquico do Estado e da Mídia – e aqueles no poder – que tentavam adaptar essas mesmas estratégias de oposição a fim de manter seu monopólio do poder – servem para ilustrar o processo histórico e dialético do détournement e da recuperação que está no coração do projeto Situacionista. Compreender – se não decodificar – o significado de “détournement” na teoria e na prática da Internacional Situacionista é a chave para entender sua situação histórica dentro do campo de possibilidades para fazer sentido, fazer história e fazer cinema. 2 ‘Comece pelo começo,’ o Rei disse gravemente, ‘e continue até chegar ao fim: então pare.’ O Rei de Copas para Alice, em Alice no País das Maravilhas Para definir “détournement”, o caminho mais óbvio pareceria ser as “Définitions” criadas pelos próprios Situacionistas para a primeira edição da Internacionale Situationiste em 1958: détournement Empregado como abreviação da fórmula: détournement de elementos estéticos pré-fabricados. Integração de produções atuais ou passadas das artes em uma construção superior do milieu. Nesse sentido não pode haver pintura ou música situacionista, mas apenas um uso situacionista desses meios. Em um sentido mais...
Re-act
por yann beauvais em yb 150213 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife, Novembro 2014 Moro no Brasil, há vários anos, envolvido num projeto em Recife, criado por Edson Barrus e eu, nosso engajamento em áreas distintas da arte deu origem ao B³. Pareceu necessários para nos seguirmos em frente e fazer novas coisas, então em 2011, nós fizemos esta mudança. Ao filmar quadro a quadro de acordo com a marcação que eu fiz, eu podia ouvir alguém tocando um prelúdio de Bach com seu cravo atrás de mim. A tarde estava quente, a grama do terreno em frente à casa estava grande e balançava ao vento. O trabalho era tedioso, meticuloso, enumerando e posicionando a câmera nos ângulos exatos, então filmando um ou dois quadros de acordo com a marcação: uma transcrição e o improviso da fuga e prelúdio de Bach. Para chegar à marcação, em um papel desenhei um padrão em que todos os ângulos da câmera estavam marcados, isto se provou uma referência mais conveniente do que fazer a marcação no próprio tripé. O rolo de filme era preto e branco. Eu havia comprado a câmera 16 mm há apenas algumas semanas no mercado das pulgas e nunca a havia utilizado. O rolo de filme estava vencido. Naquele momento aquela informação não parecia importar. Eu apenas sabia que tinha dois deles. Eu descobri sua importância apenas após o filme ser revelado. Havia certa rotina na filmagem. Tinha que ser filmado diariamente no mesmo horário, idealmente com o clima similar. As tardes eras passadas ao som de música barroca do festival Saintes. (Eu particularmente me recordo da performance de Monteverdi´s Orfeo, em uma tarde de julho). No início do verão, eu passei boa parte das minhas tardes filmando, isto é, até um amante de Royan vir me visitar, o que significou numa busca por lugares para trepar fora de onde nós estávamos hospedados. Isto deu outra dimensão à experiência da filmagem que não pôde ser percebida no filme. Em meados dos anos 70, bem como hoje em dia, havia uma diferença entre aceitar alguém como gay e tendo esta pessoa fazendo sexo com seu parceiro em sua casa. Fazer filme experimental na França nos anos 70 era como uma duplicação daquela experiência pessoal, no sentido que “le cinema militant” e “la nouvelle vague” eram as formas dominantes de se fazer filme, e não permitiam a existência de outras práticas. Para piorar, essas formas excluíam outros tipos de filmagens. Ser marginal significava ser invisível ou pertencente a outro gueto. Ser gay e fazer filmes experimentais compartilhavam respostas comuns de si mesmo em relação à sociedade. Você...
yb 150213 en français
yb 150213, traduction du texte publié dans yb 150213 yann beauvais 40 anos de cinemativismo, publication organisée par Edson Barrus pour B³, Recife, Novembre 2014 Alors que le présent nous enjoint de rechercher toujours plus grand – de grands espaces, de grands musées pour des œuvres monumentales, l’esprit de contradiction m’enjoint de trouver satisfaction dans le petit. Small is beautifull, pour reprendre une formule célèbre. La contrainte spatiale produit une forme d’ascèse qui me convient. Finalement, le monumental induit la facilité de ne pas choisir, de ne pas hiérarchiser. On parle de catalogue raisonné mais est-ce bien raisonnable de vouloir être exhaustif ?. Alors Vive le small, le tiny, le piccolito, le pequenito. La boite en valise duchampienne aura été, comme beaucoup de gestes chez Duchamp, une proposition visionnaire et programmatique . Des choix s’imposent à la valise, où il fut réduire jusqu’au strict minimum du voyageur. Ce principe de réduction chimique d’une sauce jusqu’au fond voire jusqu’à « une réduction à glace », est aussi à la base de l’art culinaire, pour faire monter les saveurs. Montrer 40 années de l’activité de yann beauvais qui n’a pas ménagé sa peine tant dans sa propre création qu’en direction de celles et ceux qu’il a soutenu comme programmateur, curateur, critique et historien dans 80 mètres carrés de surfaces d’exposition, demande évidemment des choix drastiques. Toute l’œuvre de yann beauvais n’est évidemment pas présentée ici. Loin s’en faut. Yann Beauvais de A à Z reste à faire ; nous nous contenterons de y à b, pénultièmes bornes de l’alphabet romain pris à rebours. Alors que mon choix s’est porté sur trois films seulement, choisis dans une filmographie qui en compte plusieurs dizaines , ceux-ci me paraissaient pouvoir synthétiser trois constantes de son œuvre : le langage formel mis en œuvre à partir de R (1976), l’activisme qu’il a manifesté auprès de mouvements border line de la société, le cinéma expérimental et la cause des communautés gay et lesbiennes, enfin son rapport au Monde au travers non pas de sa mise en représentation – ce que Debord a pointé comme société du spectacle, mais de son détournement ; le fracas ou la ruine des media dans leur fonction d’aveuglement ou de fascination . Commencer par un R. Je n’ai jamais demandé à yann ce que signifiait cette consonne abréviative. Un R, l’ air de quoi au juste? d’une musique du silence de la salle de projection. Les rythmes de l’image produiront à eux seuls une musique intérieure qui sera vraisemblablement dans l’intimité de chaque spectateur. Un aria de Jean-Sébastien Bach dans lequel le violon semble vous déstabiliser dans votre propre corps. Je cherche sur le site de Light Cone la...
Caminhos de atravesamento – yann beauvais e o cinema experimental-
por Maria do Carmo Nino, yb150213 yann Beauvais 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife, Novembro 2014 Não contemplamos o mundo de fora, como se assistíssemos a um espetáculo na plateia. Os discursos e o Discurso cruzam-se na psique. Acontecemos e fazemos acontecer. Nosso fazer repercute e somos afetados pelo alheio fazer (…)Organizando, organizamo-nos, entretecidos que somos Donaldo Schüler A verdade na arte é a união da coisa com ela mesma, o exterior tornando-se a expressão do interior, a alma revestida de forma humana, o corpo e seus instintos unidos ao espírito. Oscar Wilde É chegado o momento para Yann Beauvais de celebrar quarenta anos de uma trajetória que está enfaticamente desde o seu início, centralmente permeada pela pluralidade do cinema experimental. Considerado por alguns de seus estudiosos, praticantes e defensores, como o verdadeiro cinema, é aquele que guarda o espírito da aventura, da poeticidade e da inquietação estética que deveriam presidir as manifestações em arte. Esta nítida e constante afinidade eletiva do artista francês radicado no Brasil desde 2011, emerge pontualmente e com regularidade através de suas próprias incursões na prática artística com filmes e vídeos, na defesa deste meio de expressão através da sua difusão, assim como do comentário e da análise crítica dos trabalhos de outros artistas, em vários continentes e também pela curadoria e organização de exposições, palestras, eventos em prol da propagação desta opção estética e da sensibilização dirigida à ampliação de um público acostumado em sua maioria a um cinema de cunho mais comercial1. Ao receber o convite para refletir sobre este momento que podemos considerar, com justiça, importante no encaminhamento privilegiado por Yann, não pude me furtar ao fato de que refletir sobre este exercício em todas as suas facetas implicava necessariamente em considera-las não como atividades paralelas individualizadas, mas como uma tessitura complexa nos quais os elementos constituintes interagem entre si influenciando – se em novos elementos. Refletir sobre esta linguagem, sua historicidade, assim como das condições de difusão, recepção, e sobre alguns dos artistas que como ele próprio abraçaram esta forma de expressão, colocando-se como apreciador, leitor e analista de suas obras, revela inclusive bastante – e não poderia se dar de outra forma – sobre questões que se encontram presentes em seu próprio trabalho como cineasta. São estes, portanto, os seus caminhos de atravesamento, e o que constituirá o fio condutor que nos guiará neste passeio. Não seria demais evocar aqui que, como Kristeva nos lembra, a propósito do ato de ler, há desde sempre2 indiscutivelmente, uma postura ativa, uma atitude reativa em relação à leitura, por parte daquele que a efetiva que se traduz como fundamentalmente...
yb 150213
por Jean-Michel Bouhours em yann beauvais 40 anos de cinemativismo, organização Edson Barrus, B³, Recife Novembro 2014 Enquanto o presente nos leva a buscar sempre algo maior – grandes espaços, grandes museus para obras monumentais, o espírito de contradição me leva a encontrar satisfação no pequeno. Small is beautifull*, para retomar uma célebre fórmula. A constrição espacial produz uma forma de ascese que me convem. Finalmente, o monumental induz à facilidade de não escolher, de não hierarquizar. Falamos de catalogue raisonné, mas é razoável ser exaustivo? Então Viva o small, o tiny, o piccolito, o pequenito. A Boite en valise duchampiana terá sido, como muitos gestos em Duchamp, uma proposição visionária e programática. Escolhas se impõem à valise, onde é preciso que tudo se reduza ao mínimo estrito do viajante. Esse princípio de redução química de um molho até o fundo, ou até uma «réduction à glace», também está na base da arte culinária, para exacerbar os sabores. Mostrar 40 anos de atividade de yann beauvais – que não trabalhou somente em torno de sua própria criação, mas ainda em direção a outras e outros, que ele apoiou como programador, curador, crítico e historiador – em 80 metros quadrados de superfície de exposição, isso exige evidentemente escolhas drásticas. A obra de yann beauvais não será apresentada aqui em sua totalidade. Longe disso. yann beauvais de A à Z ainda está por ser feita; nos contentaremos com de y a b, penúltimas margens do alfabeto romano tomado ao inverso. Minha escolha dirigiu-se a apenas três filmes de uma filmografia que conta com várias dezenas de trabalhos, no entanto, estes me parecem poder sintetizar três constantes em sua obra: a linguagem formal posta em obra a partir de R (1976), o ativismo que ele manifestou ao lado de movimentos border line da société, o cinema experimental e a causa das comunidades gay e lésbica, enfim sua relação com o Mundo através não de sua representação – o que Debord apontou como sociedade do espetáculo, mas de seu détournement; a explosãoou a ruina das media em sua função de causar cegueira ou fascínio. Começar por um R. Jamais perguntei a yann o que significava essa consoante abreviativa. Um R, ar do que, justamente? de uma música do silêncio da sala de projeção. Os ritmos da imagem produzirão por si mesmos uma música interior que estará verdadeiramente na intimidade de cada espectador. Uma aria de Jean-Sébastien Bach na qual a viola parece desestabilizar você em seu próprio corpo. Ao buscar no site do Light Cone a ficha do filme, encontro esse texto, do qual descubro, com surpresa, ser o autor. «A imagem de...