yb150213
Dec27

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40 anos de cinemativismo de yann beauvais B³ apresenta uma exposição sobre os 40 anos de atividades de yann beauvais no cinema experimental e a video-arte desde 1974. A mostra tem a curadoria de Jean-Michel Bouhours (Conservador do acervos históricos do Museu National d’Art Moderne – Centre Georges Pompidou, Paris), com duração de 3 meses, de 22 de Novembro 2014 até o 22 de Fevereiro 2015. Para yann beauvais: Fazer cinema experimental é ter em conta tanto uma história subvalorizada, mas também examinar as formas não-narrativas, que rompem com os padrões históricos da narração no cinema, de um suporte linear: o filme. “mostrar 40 anos de atividade de yann beauvais – que não trabalhou somente em torno de sua própria criação, mas ainda em direção a outras e outros, que ele apoiou como programador, curador, crítico e historiador – em 80 metros quadrados de superfície de exposição, isso exige evidentemente escolhas drásticas. A obra de yann beauvais não será apresentada aqui em sua totalidade. Longe disso. yann beauvais de A à Z ainda está por ser feita; nos contentaremos com de y a b, penúltimas margens do alfabeto romano, tomado ao inverso. Minha escolha dirigiu-se a apenas três filmes de uma filmografia que conta com várias dezenas de trabalhos. No entanto, estes me parecem poder sintetizar três constantes em sua obra: a linguagem formal posta em obra a partir de R (1976), o ativismo que ele manifestou ao lado de movimentos border line da sociedade, o cinema experimental e a causa das comunidades gay e lésbica, enfim sua relação com o Mundo através não de sua representação – o que Debord apontou como sociedade do espetáculo, mas de seu détournement; a explosão ou a ruina das media em sua função de causar cegueira ou fascínio. ….. Em torno desses três filmes, a boite en valise yb-iana contem sons, documentos, revistas, partituras que darão conta de um itinerário rico, onde o fazer (sua obra) se imbricou totalmente em outras atividades, de historiador, de crítico, de programador, de curador ou ainda de simples militante. Essa boite en valise pode ela mesma ser a caixa de Pandora, dando acesso ao todo. ” Jean-Michel Bouhours Dia 25 de novembro,  19h Mamam do Pátio Palestra sobre a Exposição em cartaz com: Jean-Michel Bouhours, curador da exposição Maria do Carmo Nino, pesquisadora e produtora de texto para po catalogo. yann beauvais, Artista e cineasta homenageado Edson Barrus, coordenador geral do projeto. A exposição estende-se em dois espaços: B³ e no MAMAM no Pátio. Em B³ o foco são os filmes, documentos e os sons sobre as diferente facetas do engajamento de yann beauvais através seus...

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Keith Sanborn: Todos os cavalos do rei e todos os homens do rei:
Dec22

Keith Sanborn: Todos os cavalos do rei e todos os homens do rei:

uma Passagem do Noroeste para o cinema da Internacional Situacionista 20 de Março 2014   ‘Eu não sei o que você quer dizer com “glória.”’ Disse Alice.   Humpty Dumpty sorriu com desdém. ‘É claro que você não sabe – até eu te dizer. O que eu quero dizer é: “eis aí um argumento arrasador para você!”’   ‘Mas “glória” não significa “um argumento arrasador”’, objetou Alice.   ‘Quando eu uso uma palavra,’ Humpty Dumpty disse em tom desdenhoso, ‘ela significa exatamente o que eu quero que signifique – nem mais nem menos.’   ‘A questão,’disse Alice, ‘ é saber se você consegue fazer com que as palavras signifiquem tantas coisas diferentes.’   ‘A questão é,’ disse Humpty Dumpty, ‘saber quem é que manda – é só isso.’ 1. Se houvesse um caso em que “glória” pudesse significar “um argumento arrasador,” então esse deveria ser a Internacional Situacionista. Suas teorias e atividades estão, como eles próprios sugeriram, na cabeça de todos. Durante a vida da organização, entre 1957 e 1972, a IS despertou hostilidade de quase todos os setores culturais e da vida política. No período após sua autodissolução, tornou-se uma medida global crítica para a segunda metade do século XX e além, inspirando não apenas demissões cada vez mais agressivas, mas hagiografias mal amadurecidas e inevitáveis tentativas de recuperação pelo mundo da arte, mídia, políticos e academia – os mesmos setores que a Internacional Situacionista atacou com tanta veemência. Este choque entre a Internacional Situacionista – em seus ataques estratégicos ao poder hierárquico do Estado e da Mídia – e aqueles no poder – que tentavam adaptar essas mesmas estratégias de oposição a fim de manter seu monopólio do poder – servem para ilustrar o processo histórico e dialético do détournement e da recuperação que está no coração do projeto Situacionista. Compreender – se não decodificar – o significado de “détournement” na teoria e na prática da Internacional Situacionista é a chave para entender sua situação histórica dentro do campo de possibilidades para fazer sentido, fazer história e fazer cinema. 2 ‘Comece pelo começo,’ o Rei disse gravemente, ‘e continue até chegar ao fim: então pare.’ O Rei de Copas para Alice, em Alice no País das Maravilhas Para definir “détournement”, o caminho mais óbvio pareceria ser as “Définitions” criadas pelos próprios Situacionistas para a primeira edição da Internacionale Situationiste em 1958: détournement   Empregado como abreviação da fórmula: détournement de elementos estéticos pré-fabricados. Integração de produções atuais ou passadas das artes em uma construção superior do milieu. Nesse sentido não pode haver pintura ou música situacionista, mas apenas um uso situacionista desses meios. Em um sentido mais...

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Nikita Kino (Legendas)
Dec19

Nikita Kino (Legendas)

Nikita Kino um filme de Vivian Ostrovsky  – Tradução para Legendas:  .txt– texto de cinema   1960 Nikita Khruschev está no poder. A mãe do Stalin é movida do mausoléu para o lado de fora do Kremlin. A União Soviética abre as suas portas para uns poucos turistas ocidentais. 1960 Meu pai descobre que seu irmão Julek e sua irmã Zoya estão vivos e vivem em Moscou. Eles não se vêem há quase 40 anos. Grisha, meu pai, voa para Moscou com a minha irmã. Três meses depois desse primeiro encontro, falece Julek. Nós, meu pai, minha irmã e eu, voltamos a Rússia quase todos os anos para encontrar o resto da família já que eles não tinham permissão de viajar para o exterior. A União Soviética da Guerra Fria, para nós que vínhamos do alucinado carnaval do Brasil, nos chocou. Nos encontrávamos com a família em parques, florestas e lugares públicos. Assim podíamos conversar mais livremente do que em seus apartamentos coletivos. Eles queriam desesperadamente saber o que estava acontecendo no resto do mundo. Para serem pessoas vivendo num país tão isolado eles estavam surpreendentemente bem informados. Custou toda a cordialidade dos nossos parentes russos para que fosse dissipada a claustrofobia e a paranóia que sentíamos na chegada. Quando saímos sós um homem vestido de capa de chuva nos seguia pela rua Gorky. A Rússia iria mostrar ao resto do mundo o que ela poderia fazer. O Sputinik irrompia no espaço enquanto as “cegonhas estavam voando” num ataque de paixão soviético no festival de Cinema de Cannes. Trouxemos mais bagagens do que podíamos carregar. Trouxemos coisas que eram difíceis para eles conseguirem como remédios, roupas e botas de inverno. A ausência de publicidade era um alívio para nós. Mas a propaganda política se ocultava em toda parte, pôsters vermelhos nas ruas e o levante comum: “Vitória para o trabalhador soviético!” Muitos longa-metragens mostravam uma versão idealizada, ou ainda ocidentalizada, do cidadão soviético e do seu entorno. O exterior nunca era como o interior. O que você via numa vitrine de uma loja nunca estava disponível do lado de dentro. Haviam três filas para qualquer coisa que você comprasse: uma para ver a distância o produto e escolher, uma para comprar e outra para pagar. Os sombrios prédios cinzas de Khruschev cresciam rapidamente. Eles eram baratos, ordinários e mal-construídos. As varandas nem sempre tinham portas de acesso. Você tinha que escalar pela janela para entrar ou sair. Haviam elevadores novos mas com carência de números. Em vez de 1-2-3-4 você encontrava 2-2-2-4. Você tinha que contar para saber a que andar estava indo. A tia Zoya vivia na rua Meschanskaya,...

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d’un couvre-feu (legendas)
Dec16

d’un couvre-feu (legendas)

D’un couvre feu 2006 filme de yann beauvais © B³ Porra! E aqui Não se mexa! Em três, eu vou atirar. Agora, eu vou atirar: um, dois, três, quatro, cinco. Esse cara pensa que algum tipo de herói, sabe? Inicio do funk Le Blanc Mesnil em Paris, em 01 de novembro. Olhem: lá vêm os policiais. Os jovens manifestantes estão conscientes da nossa presença, mas isso faz … corte com Som de Preto de Amilka & Ciocolate  e som de preto de favelados mais quando toca ninguém esta parado, sta ligado Em Clichy-sous-Bois, tudo começou há três dias, naquela noite, os tumultos se espalharam para toda a área em torno de Paris. Filho-da-puta Nesta região desfavorecida, o bairro Quatre Tours em Blanc Mesnil, algumas dezenas de jovens destruíram tudo o que encontraram em seu caminho. Cabinas telefônicas, ônibus, latas de lixo, carros. eles estão vindo, vamos! Som do Funk : Esses caras da favela O campo de batalha é bem no meio das ruas do bairro. Era previsível: os adversários estão enfrentando-se uns aos outros para uma segunda rodada de confronto. 400 jovens da comunidade contra 300 policiais. As hostilidades duram umas 3 horas Musica: um jovem da favela de Disiz : Um jovem do subúrbio O que seria necessário para você parar amanhã de destruir? a renúncia de Sarkosy. Há uma lei que … Quando você pertence a nossa comunidade nacional… Musica de diziz :Você pode ver que eu manter minha cabeça erguida. Chirac: você respeita as regras Deputado :A situação das crianças de famílias polígamas numerosas que as vezes, vivem juntas no mesmo apartamento, eles realmente não têm qualquer espaço próprio. Sexta noite consecutiva de violência neste subúrbio pobre, principalmente de trabalhadores em Paris Chirac: você respeitar as regras É um problema social, de ser empurrado em algum lugar; isso é um problema já de início e continuação do racismo e assim as causas são estas. Paris precisa de mais três meses para apagar o fogo, um estado de três meses de emergência e toque de recolher, mas prolongar a lei de emergência de 1955 só pode ser feito pelo Parlamento. 17 empresas da Guarda Nacional e 7 esquadrões de policiais motorizados foram permanentemente mobilizados nas zonas sensíveis desde 07 de novembro e vai continuar assim. Em quase três semanas de violência, 107 menores e 485 adultos foram presos. Não é um momento de diálogo, mas do restabelecimento da ordem na República, um sinal forte destinado à população francesa como um todo, um sinal dirigido também aos meios de comunicação, especialmente a mídia norte-americana que acusou o governo francês de ter sido leve. Tudo isto está acontecendo na subúrbio....

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Am I a House  (Legendas)
Dec16

Am I a House (Legendas)

Filme de Erwin Wurm 2005 tradução © B³ Sou uma casa? É estranho, eu acho que deveria estar ao ar livre, não do lado dentro. Dentro de um grande hall. Pelo que sei uma casa deveria ser do lado de fora, por que protege. Protege das condições do lado de fora, do clima, da chuva, da neve, da tempestade, do frio… protege da visão na noite para o espaço aberto. Protege de sentir­se desprotegido. Protege dos espectadores e protege a vista, os pensamentos, a saúde, as condições de vida, o status mental, o fundamento psicológico. Protege do abuso, insulto, medo, perigo, dano. Dá esperança, uma casa ao ar livre dá esperança. Uma casa do lado de dentro tira nossa esperança, nos faz sem esperança. Mas é verdade? Se é verdade, porque não vejo nos rostos das pessoas que estão me olhando? Eles parecem um pouco felizes me observando! Eles riem de mim, são amigáveis. Acredito que acham que sou uma boa casa, ou acham que sou bonita; acham que sou uma casa bonita. Mas há algo mais, algo me preocupa. Pelo que sei isto é uma exposição de arte, uma exposição de arte, de trabalhos de arte, feitos por artistas. Uma exposição contemporânea, de arte contemporânea, feita por artistas contemporâneos; isso significa que sou um trabalho de arte. Também significa que não sou nenhuma casa, ou que sou uma casa e um trabalho de arte ou que sou apenas um trabalho de arte; no entanto isso significaria que não sou casa, sim um trabalho de arte. Um trabalho de arte pode ser ruim ou bom, mas mesmo um trabalho ruim continua sendo arte. Mas uma casa que é ruim é “não­arte”? Sim ou não? Mas quando uma casa não é boa, é uma “não­casa” ou apenas uma casa ruim? O que há com todas as casa pelos arredores, arredores quer dizer todo lugar, por todo lugar; há milhares de casa, elas são trabalhos de arte? Peças de arte? Ou simplesmente casas? Quem diz se, enquanto casa, isto é arte ou só uma casa? Arquitetos ­ pessoas que costróem casas ­ ou artistas ­ pessoas que fazem arte ­ ou artistas contemporâneos… que fazem arte contemporânea, ou arquitetos contemporâneos… pessoas que constróem casas contemporâneas. Mas espere, existem pessoas que pensam e falam sobre arte e pessoas que só pensam e falam sobre casas. Eles realmente vivem apenas falando de arte e/ou casas, também escrevem sobre arte e/ou casas. Lembro de alguns arquitetos ­ pessoas que contróem casas ­ dizerem que uma casa é um trabalho de arte. Ou melhor, dizem que uma casa pode ser um trabalho de arte, ou...

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