Nikita Kino
Cineclube Imagem-pensamento #9 // 17 de dezembro Nikita Kino, 2002, 40′, Vivian Ostrovsky legendas em português « Em 1960, minha família morava no Brasil, quando meu pai descobriu que sua irmã e irmão, que ele não tinha visto há 40 anos, ainda estavam vivos em Moscou. Como não podiam deixar a URSS fomos visitá-los regularmente por cerca de 15 anos. Na época, eu tinha uma câmera 8 mm, em seguida, uma câmera super-8 com que eu filmei a família, os nossos passeios, os piqueniques, os mercados e as suas casas … Eu decidi usar este material, que não foi muito interessante por si só, misturando-o com filmes de found-footage soviéticos do mesmo período (1960, 1970, 1980). Eu usei filmes, de propaganda, cinejornais, etc. O resultado é uma espécie de mistura da era de Kruschev com uma colagem de música soviética e uma voz-over de minhas reminiscências da era da Guerra Fria. » Vivian Ostrovsky Em Nikita Kino (2002), Vivian mesclou cenas de sua família russa com imagens de arquivo do cotidiano e da propaganda soviética, obtendo um blend quase indiscernível de memórias individuais e coletivas. Vivian Ostrovsky : Artista americana (1945, Nova Iorque), com formação no Brasil e em Paris, nas áreas do cinema e da psicologia. Tem uma longa carreira como cineasta, utilizando formatos analógicos (sobretudo o Super-8) e digitais. Além de realizadora, Vivian já foi distribuidora de filmes de mulheres e hoje atua como programadora do Festival de Cinema de Jerusalém. A família Ostrovsky, por sinal, é uma das mantenedoras da Cinemateca de Jerusalém. Cineclube Imagem-Pensamento Contemplado pelo 7º Edital do Audiovisual de Pernambuco – Funcultura 2013-2014, constitui-se de 10 programas, com sessões semanais de 2h30′ Click here to learn more A diversidade de pensamento com o cinema. Assim, o texto como imagem, as relações entre imagem e som, encontram-se ao lado de filmes pessoais com uma dimensão autobiográfica. Temas como os da sociedade de consumo contemporânea, da propaganda, da representação da mulher e do neocolonialismo motivam algumas sessões. Enquanto outras, mostram o cinema em situação onde o filme e o vídeo afirmam suas diferenças, através do filme como escultura. A questão do suporte situando o filme e o vídeo em diferente lugares, que vão da sala de cinema até a galeria, será também abordada nas sessões cineclubistas. Os filmes foram legendados em português e serão disponibilizados para os cineastas, e/ou distribuidores. 4as-feiras, em Bcúbico, às 19h . público estimado: 25 pessoas . entrada livre // Programação Cineclube: Imagem Pensamento // //08 out // Reminicences to a Journey to Lithuania Jonas Mekas, 1972, 82′ (legendado...
The Deadman (Legendas)
The Deadman filme de Peggy Ahwesh e Keith Sanborn 1989 36′ Tradução para legendas : txt-texto de cinema QUANDO EDWARD CAIU MORTO MARIE SENTIU QUE UM VAZIO SE ABRIA Tinha chegado a hora de negar a lei cujo medo nos sujeita. MARIE SE VIU NA SUAVIDADE DA SELVA ELA MIJOU E MIJOU, A URINA SALPICOU NA SUA COXA MARIE CORREU PELO BOSQUE PARA QUILLY E ATÉ A PORTA DO BAR MARIE SÓ, MAS BRINCOU COM SUA DESESPERANÇA UMA RAJADA DE VENTO FECHA A PORTA ATRÁS DELA ELA OLHA COMO SE TIVESSE FLUTUADO NA TEMPESTADE DA NOITE Você quer um uísque ou o que? Quero uma garrafa e alguns copos. Vou beber com eles. -Então, você está querendo brincar? – Você acertou. MARIE BEBE COM OS “AGROBOYS” Ela costuma beber leite! Você tem razão! MARIE ARROTOU AMARGAMENTE. – Eu acho que o Bubba costumava ter um outro tipo de cabaré do que quando chegamos aqui, né cara? Trouxeram uma atração importada. Mas as roupas são um pouco diferentes né? Olhe para ela… nua como veio ao mundo. Não solte essa coisa na minha cara, mulher! –PORQUE ELA ESTÁ TÃO NUA COMO VEIO AO MUNDO! MARIE TIRA O PAU DE UM DOS BÊBADOS DA CALÇA. Damas nuas dando sopa! Vou torcer esse deu bico horrível, seu. Ei, tenta isso, funciona melhor. O PAU DESPERTOU MUITAS RISADAS. A GARÇONETE, SEUS OLHOS COMO HOLOFOTES ACARICIA GENTILMENTE A BUNDA DE MARIE. Suficientemente bom para comer aqui! Isso é! MARIE TOMOU EM UMA GOLADA SUA BEBIDA, SUA SUAVIDADE ILUMINOU A SALA. Chega! PIERROT ERA APENAS UM HOMEM UM POUCO BELO DEMAIS Putinha! –A PUTINHA! MARIE CAI COMPLETAMENTE BÊBADA. Pierrot, seu filho da puta. Que porra você está fazendo? Olha para ela! Uísque! MARIE PEDE BEBIDA. Pega um copo para ela. Uísque! O amanhecer… O que ela disse? MARIE TENTA FALAR O amanhecer… Eu não sei. Chupa ela Pierrot! MARIE É CHUPADA POR PIERROT Talvez devêssemos coloca-la numa cadeira ou algo. MARIE BEIJA NA BOCA A GARÇONETE CHUPADA! CHUPADA! ENJOADA, SUA CABEÇA CAÍDA PARA TRAZ, MARIE SE ENTREGOU À OBSCENA CONTORÇÃO DELES. MARIE GOZA. Escutem! DESTA NOITE HORRENDA VEIO UM HOMEM TIPO RATO. Oh, O Conde. Entre! Você está molhado. Bom dia, Pierrot. Pegue meu casaco. MARIE ENCONTRA O CONDE. Ei, ponham uma música. -Posso? -Você pode. Duas cervejas, por favor. Bebi tanto que poderia mijar na cadeira. – BEBI TANTO QUE PODERIA MIJAR NA CADEIRA. Beba o suficiente para cagar, minha querida. – BEBA O SUFICIENTE PARA CAGAR, MINHA QUERIDA. – Salute! -Beba! É o fantasma do Edward. Edward? Ele está morto. Sua puta! Sempre igual, ela é um doce. MARIE TEM MEDO DE...
Secondary Currents (Legendas)
Secondary Currents filme de Peter Rose, 1982 17′, tradução para legendas: txt-texto de cinema Eu não lembro quando a voz começou. Primeiro, eu a ouvia como uma espécie de balbuceio, um sussurro metabólico, cheia de insinuações cochichadas, conversas de indiretas, dicas. E depois, as vezes parecia que se fusionava, congelar-se em uma única imagem, e eu achava que entendia. Mas depois o balbuceio se expande, esvaído num cantoleve e não escutei nada outra vez. A voz voltou. Achei que discernia uma suave coerência. Comecei a imaginar outra personalidade, um rosto, que parecia tremeluzir na fertilidade inominável de sua graça. E depois, quando achei que parecíamos pensar em consonância, como se uma inteligência furtiva unisse os nossos ritmos entoasse nossa assonância, e pressagiasse nossa………pausa, e quando sutilíssima era a imaginada conjugação de nossas línguas Eu era capaz de discernir múltiplos significados de sons simples, de intuir uma espécie de língua universal cujas inflexões homófonas, infinitas se recuperam do aspecto aguçado da razão desbotada na mansão sem cor do pensamento, deixamos nossa intenção absortos pela linguagem. Viajamos. Meio desajeitado, me senti, no começo como um estranho na minha própria língua. minha voz um espelho estilhaçado,dos meus pensamentos, uma imitação. Sentíamos a respiração de um vento norte, sob os lábios uma languidez desolada o inverno sem fim, um amargo mal-estar. Mas depois parecíamos perceber um rigor distante, um lugar de intensa ousadia na qual a imagem da lua na água,chora, O Buda? Que asas?ou isso foi quando as flores caem? Mas não antes tentei nomeá-la depois mudamos, caindo num transe Mediterrâneo. Nós acordamos na luz do sol, o cheiro de jasmim no are o som dos sinos das cabras a distância. Uma mulher velha apareceu. Ela carregava uma cesta de peras e parecia estar esperando alguém ou algo como se a conclusão para uma metáfora não dita estivesse a ponto de se soltar dos seus lábios. “Que idéia maravilhosa!” ela disse. “Quer uma pêra?Com certeza você quer uma pêra!” ” O que você quis dizer falando com ele? Ele é um estranho.” rosnou um velho ali perto. “Isso não é sua tentativa de falar nossa língua, como se ele fosse um entre nós, a par dos nossos pensamentos íntimos e repreensões”. “Nonsense, Ele está em casa. Olha, ele já pode imaginar contando aos seus amigos sobre as suas aventuras aqui,como se nossas vozes fossem como memória se eles as pudesse as mostrar como uma fotografia.” “Chega da sua bobagem metafísica. Você põe a prova minha paciência. Ele é seu, Faturara, veja o que você consegue dele. Eu converso com você depois”. ” Você fez uma viagem longa. Toma.Pegue isso. Eles são...
Imitations of Life (Legendas)
Imitations of Life filme de Mike Hoolboom 2003 21′ tradução para Legendas txt-texto de cinema Você não imagina o futuro você esquece o passado. Sua memória é o nosso esquecimento. Você não tem uma ecologia do tempo. As crianças ainda não nascidas, andarão em suas covas como se vocês nunca houvessem vivido. E quando deixarem este lugar não haverá ninguém restante para lamentar por vocês. Quando eu tinha apenas cinco ou seis anos, imaginava que a minha sombra vivia uma vida própria. Enquanto todos me asseguravam que ela era um retrato fiel do presente, eu me daria conta dela mudando com o canto do meu olho, sempre o escravo relutante, forçado a se mover numa cruel pantomima de uma vida sem inspiração. Preocupado de que ela me abandonaria, eu tentei viver de uma forma mais interessante, mantê-la entretida, mas a verdade é, me faltou imaginação e logo cai nas mesmas rotinas que antes. Era apenas no final do dia, longe do implacável brilho do sol, que a minha sombra podia respirar, liberada ao menos para juntar-se a um mundo como ela mesma. Celebrar a comunhão da noite. Isto é onde a minha verdadeira personalidade estava sendo feita, enquanto deito adormecida, e ao me tornar mais velha era difícil mover o sentimento de que eu era quem estava fazendo o seguinte, a sombra da minha sombra, dava a sensação ao ter me movido pelo mundo, de um tipo de conexão entre coisas que pareciam estar distantes. Os antigos tinham uma palavra para isto, para esta escura sensação de unidade. Eles a chamavam… Uma noite dormimos e percebemos ao acordar de manhã que não conseguimos mais sonhar com imagens. Daquela noite em diante nós sonharíamos apenas com palavras. Ou os códigos binários de nossos computadores. Os zeros e uns que trocamos no lugar da informação. Somos as crianças de Fritz Lang e Microsoft. Com o Bill Gates aprendemos que a aldeia global tem um só prefeito. E com o Fritz Lang prendemos que as imagens dos nossos sonhos poderiam ser vistas apenas quando estivéssemos acordados e que elas seriam enviadas a nós da cidade das redes. A fábrica de sonhos o lugar que eles chamam de Hollywood. Nossas imagens são como zoológicos. nós as dividimos em gêneros espécies de imagens. Há um tipo de imagem que reservamos para nos mostrar o futuro nós a chamamos de ficção científica. Sempre que nós imaginamos o mundo depois deste ele se apresenta como uma catástrofe assombrado pela ciência obcecado com a morte em outras palavras ele se parece com o mundo hoje. Ontem a noite tive um sonho com o meu pai. Ele...
Nostalgia (Legendas)
Nostalgia filme de Hollis Frampton 1976 36min tradução para legendas : txt-texto de cinema -Está tudo certo? -Está tudo bem. Estas são lembranças de uma série de fotografias que eu fiz a alguns anos atrás. Se escuta bem? Sim, sim, perfeitamente. Está bom. Esta é a primeira fotografia que fiz com a intenção direta de fazer arte. Comprei uma câmera para mim no Natal de 1958. Um dia no começo de Janeiro de 1959, fotografei alguns desenhos de Carl Andre, com quem eu dividia um apartamento barato na Mulberry Street. Sobrou uma pose do filme, e eu sugeri ao Carl que ele sentasse, ou melhor, se agachasse, para o retrato. Ele insistiu que a fotografia deveria incorporar uma pequena e linda foto que tinha sido dada a ele de presente há um ano ou antes, por uma menina chamada North. Como o metrônomo entrou neste esquema eu não me lembro, mas deve ter sido de propósito. A fotografia reaparece numa foto de Março de 1963, mas não dá tempo de mostrar essa para você agora. Eu me desfiz do metrônomo por fim, depois de aguentar o seu sincopado\por um bom tempo. Carl Andre está doze anos mais velho e mais ativo do que estava naquela época. Eu o encontro menos hoje em dia do que eu gostaria; mas também tem outras pessoas que me importo menos e que vejo mais. Eu desprezei esta fotografia por alguns anos. Mas nunca me levei a destruir um negativo tão incriminador. Fiz esta fotografia em 11 de Março de 1959. O rosto é o meu, ou melhor era o meu. Como você vê, eu estava completamente satisfeito comigo mesmo naquele momento, provavelmente por ter sobrevivido com tamanha maturidade e sabedoria, visto que era meu aniversário de 23 anos. Eu fiz o foco na câmera sentei num banco na frente dela e fiz as exposições apertando uma pêra de borracha com o meu pé direito. Tem mais onze fotos no rolo do filme, todas de comparável grandeza. Algumas delas mostram minhas feições em ânimos mais sensíveis ou arrogantes. Uma foto registra o que hoje me parece um olhar lascivo. Eu mandei esta foto para uma menina muita bonita e sensível na época do equinócio da primavera. Umas férias que guardo com estima. Acho que escrevi uma espécie de texto crítico atrás da foto. Nunca mais soube nada dela. De qualquer forma, a fotografia obviamente chamou minha atenção. Esta fotografia foi feita num estúdio em que trabalhei. Ele era da esposa de um amigo. Atrevo-me a dizer que eles ainda estão casados, mas ele já não é mais meu amigo há mais ou menos...